Quatro são condenados por fraude
na Caixa Econômica no Ceará
Quatro pessoas foram condenadas
acusados de desviar dinheiro da Caixa Econômica Federal e fraudar
financiamentos para compra e construção de imóveis no Crato, na região do cariri.
De acordo com denúncia do Ministério Público Federal no Ceará (MPF), os
integrantes da quadrilha atuaram no período de 2007 a 2009. As penas variam de
16 a 24 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, crime contra o
sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
As fraudes ocorriam a partir de
repasses do banco para uma casa lotérica. Segundo a sentença da Justiça
Federal, o então gerente de uma agência do município, Jurandir Bezerra Filho,
"indevidamente e por diversas vezes", fez a liberação de recursos
para a lotérica em valores acima do necessário.
A dona da lotérica, cúmplice do
gerente, utilizava parte do dinheiro para financiar empreendimentos
imobiliários com outros dois réus, Ana Célia Soares de Sousa Félix e Cícero dos
Santos Félix, os dois empresários da construção civil. Todos os condenados
podem recorrer da sentença em liberdade.
Contas pessoais - O
esquema foi descoberto pelo próprio banco e denunciado à Justiça pelo MPF em
2010. Durante as investigações, ficou comprovado que Jurandir Bezerra não só
tinha consciência de que o dinheiro dado à casa lotérica estava sendo desviado
para compra e venda de imóveis, como também realizava depósitos de dinheiro da
Caixa em contas pessoais próprias e empréstimos em seu nome.
Ainda conforme o MPF, para burlar
a fiscalização, Nilda Borges registrava os imóveis em nomes de terceiros, que
atuavam como vendedores "laranjas" dos imóveis residenciais, cujas
vendas eram financiadas pela própria Caixa Econômica. Como gerente, Jurandir Bezerra,
agilizava e aprovava os pedidos de financiamentos imobiliários ligados à
quadrilha.
O relacionamento de proximidade
entre o gerente e a proprietária da casa lotérica chamou a atenção de
funcionários da agência. Testemunhas relataram situações de tratamento
diferenciado, acesso a locais restritos da agência e atendimento em horários
fora do expediente.
Quinto réu - No mesmo
processo, foi condenado Ricardo Lopes Pereira, proprietário de uma loja de
materiais de construção. Junto com Jurandir Bezerra e Nilda Borges, ele
participou da fraude de um empréstimo da linha de crédito Construcard para
suprir déficit na casa lotérica. Ricardo foi enquadrado em crime contra o
sistema financeiro e condenado à prestação de serviço comunitário e pagamento
de multa.
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