terça-feira, 21 de agosto de 2018

GEGÊ E PACA - Líderes do PCC foram mortos por membros de facção "associada"

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê 
do Mangue REPRODUÇÃO - TATIANA FORTESFabiano Alves de Souza, 
o Paca REPRODUÇÃO TATIANA FORTES
Gegê e Paca

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca, ex-integrantes da cúpula nacional do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram mortos por membros de uma organização criminosa aliada à facção paulista. É o que aponta a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e recebida pela Justiça, na última sexta-feira, 17. Dez pessoas se tornaram rés por envolvimento nas execuções.
Pelo menos seis dos denunciados pertenciam a um grupo, sem nomeação, considerado "independente" do PCC, que autorizou a ação.
A associação era liderada por Wagner Ferreira da Silva, 32, o Waguinho ou Cabelo Duro, que acumulava posição no alto escalão do PCC enquanto mantinha a própria organização, especializada no tráfico de drogas e armas, roubos e lavagem de dinheiro. Wagner teria planejado e participado diretamente dos crimes. Uma semana após o duplo homicídio, porém, ele foi morto, em suposta queima de arquivo, na entrada de um hotel, no Tatuapé, em São Paulo.
Seriam membros do grupo comandado por Wagner, que tinha atuação no Guarujá, em Santos, os paulistas: André Luís da Costa Lopes, o Andrezinho da Baixada; Erick Machado Santos, o Neguinho Rick da Baixada; Ronaldo Pereira da Costa, 33; o piloto Felipe Ramos Morais, 31; além de Jefte Ferreira Santos, 21; e da mineira Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, 45, sendo estes últimos filho e mãe. Todos estiveram no Ceará quando da execução dos traficantes e teriam alguma participação nos crimes.
Conforme o documento, as execuções foram motivadas por "divergências internas e disputas de domínio no mercado do tráfico ilícito de entorpecentes". Diante da ordem para matar os comparsas, e almejando ascensão na facção, Wagner movimentou todo o grupo em direção a Fortaleza, onde Gegê e Paca estavam estabelecidos, e atuou com apoio dos cearenses Carlenito Pereira Maltas, 39, Tiago Lourenço de Sá de Lima, 31, e Renato Oliveira Mota, 28.
Jussara e Jefte, que teriam a atribuição de cuidar da logística do transporte e lavar o dinheiro da facção de Wagner, e Felipe Morais, que pilotou a aeronave usada no cometimento dos crimes, não foram denunciados pelos homicídios. Na avaliação do MPCE, não havia elementos que comprovassem que os três soubessem da ação premeditada que seria realizada no Ceará.
Felipe também contribuiu com as investigações consideradas determinantes para a elucidação do caso, que posteriormente foram confirmadas com a utilização de imagens das câmeras de segurança do hotel onde o grupo se hospedou, do hangar de onde decolaram, dos radares instalados nas rodovias por onde veículos usados passaram, além de laudos periciais.
Segundo a denúncia, ele repassou ainda informações sobre a facção criminosa à qual pertencia, detalhando "hierarquia e divisão de tarefas entre seus integrantes", e disse que sua única função era "pilotar" para o grupo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário