Gegê e Paca
Rogério Jeremias de Simone, o
Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca, ex-integrantes da cúpula
nacional do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram mortos por membros de uma
organização criminosa aliada à facção paulista. É o que aponta a denúncia
oferecida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e recebida pela Justiça, na
última sexta-feira, 17. Dez pessoas se tornaram rés por envolvimento nas
execuções.
Pelo menos seis dos denunciados
pertenciam a um grupo, sem nomeação, considerado "independente" do
PCC, que autorizou a ação.
A associação era liderada por
Wagner Ferreira da Silva, 32, o Waguinho ou Cabelo Duro, que acumulava posição
no alto escalão do PCC enquanto mantinha a própria organização, especializada
no tráfico de drogas e armas, roubos e lavagem de dinheiro. Wagner teria
planejado e participado diretamente dos crimes. Uma semana após o duplo
homicídio, porém, ele foi morto, em suposta queima de arquivo, na entrada de um
hotel, no Tatuapé, em São Paulo.
Seriam membros do grupo comandado
por Wagner, que tinha atuação no Guarujá, em Santos, os paulistas: André Luís
da Costa Lopes, o Andrezinho da Baixada; Erick Machado Santos, o Neguinho Rick
da Baixada; Ronaldo Pereira da Costa, 33; o piloto Felipe Ramos Morais, 31;
além de Jefte Ferreira Santos, 21; e da mineira Maria Jussara da Conceição
Ferreira Santos, 45, sendo estes últimos filho e mãe. Todos estiveram no Ceará
quando da execução dos traficantes e teriam alguma participação nos crimes.
Conforme o documento, as
execuções foram motivadas por "divergências internas e disputas de domínio
no mercado do tráfico ilícito de entorpecentes". Diante da ordem para
matar os comparsas, e almejando ascensão na facção, Wagner movimentou todo o
grupo em direção a Fortaleza, onde Gegê e Paca estavam estabelecidos, e atuou
com apoio dos cearenses Carlenito Pereira Maltas, 39, Tiago Lourenço de Sá de
Lima, 31, e Renato Oliveira Mota, 28.
Jussara e Jefte, que teriam a
atribuição de cuidar da logística do transporte e lavar o dinheiro da facção de
Wagner, e Felipe Morais, que pilotou a aeronave usada no cometimento dos
crimes, não foram denunciados pelos homicídios. Na avaliação do MPCE, não havia
elementos que comprovassem que os três soubessem da ação premeditada que seria
realizada no Ceará.
Felipe também contribuiu com as
investigações consideradas determinantes para a elucidação do caso, que
posteriormente foram confirmadas com a utilização de imagens das câmeras de
segurança do hotel onde o grupo se hospedou, do hangar de onde decolaram, dos
radares instalados nas rodovias por onde veículos usados passaram, além de
laudos periciais.
Segundo a denúncia, ele repassou
ainda informações sobre a facção criminosa à qual pertencia, detalhando
"hierarquia e divisão de tarefas entre seus integrantes", e disse que
sua única função era "pilotar" para o grupo.
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