O Açude Orós, o segundo maior do
Estado, acumula apenas 7,2% de sua capacidade total. O baixo volume do
reservatório afetou a produção de pescado, leite, grãos e capim em unidades
produtoras nos municípios de Iguatu e Quixelô, na região Centro-Sul do Ceará. A
água se distanciou das fazendas, inviabilizando ou reduzindo as atividades
agropecuárias locais.
"A produção de peixe
acabou", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Iguatu, Evanilson Saraiva, que é morador e piscicultor na localidade de
Barrocas, na bacia do Orós. "Em toda a região do Alencar e de Quixelô, o
pescado tanto dos criatórios quanto do açude chegou ao fim".
O problema vem se agravando desde
2016. A associação dos piscicultores estima que somente nas comunidades
ribeirinhas pertencentes a Iguatu, no distrito de Alencar, em uma faixa de
terra que vai da Conceição dos Vicentes às Barrocas, havia uma produção semanal
em torno de 100 toneladas de pescados, gerando uma renda de R$ 200 mil.
Na mesma área, a produção de
leite diária era estimada em 20 mil litros por dia, mas hoje caiu pela metade e
a tendência de queda permanece.
Por mês, houve uma retração em
torno de R$ 1 milhão na atividade. "Estamos falando de apenas uma faixa de
produção, em Iguatu, que reúne centenas de agricultores familiares e pescadores
artesanais", observa o líder comunitário e vereador, Édson Adriano.
"Se incluirmos os projetos de criação de tilápia de Quixelô, que se
acabaram, esses números podem ser dobrados".
Além do leite e do pescado, o
cultivo de capim e de grãos (feijão, milho e arroz) também foi prejudicado, com
a redução de áreas de plantio.
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