Em missa para 70 mil, Bergoglio
proclamou outros cinco santos
Em uma missa para 70 mil fiéis, o
papa Francisco proclamou neste domingo (14), na Praça São Pedro, sete novos
santos da Igreja Católica, incluindo o pontífice italiano Paulo VI (1897-1978)
e o monsenhor salvadorenho Óscar Romero (1917-1980), assassinado em pleno altar
por um grupo de extermínio.
Em sua homilia, Francisco afirmou
que os santos vivem “sem apatia, sem cálculos e sem meios termos”. “Paulo VI
deu a vida ao Evangelho e a Cristo, cruzando novas fronteiras e se fazendo
testemunha do diálogo, profeta de uma Igreja extrovertida e que olha para longe
e cuida dos pobres”.
Nascido Giovanni Battista
Montini, o papa Paulo VI governou a Igreja Católica entre 1963 e 1978. O
milagre que abriu as portas para sua canonização teria ocorrido em dezembro de
2014, no nascimento de Amanda, menina italiana que veio ao mundo após apenas 26
semanas de gravidez.
Segundo a Igreja, a placenta da
mãe se rompeu com 13 semanas de gestação, e os médicos a aconselharam a
interromper a gravidez, que poderia provocar danos à sua própria saúde. No
entanto, ela, originária da província de Verona, ouviu a sugestão de uma amiga
e rezou no Santuário das Graças de Brescia, lugar de devoção a Montini. A
menina nasceu saudável.
Paulo VI é considerado o primeiro
pontífice “moderno” da Igreja e abriu suas portas para a vida contemporânea,
apesar de sua oposição ferrenha à pílula anticoncepcional. Além disso, foi o
primeiro a fazer longas viagens internacionais, passando por países como Índia,
Uganda, Colômbia, Filipinas e Austrália.
Romero - Outra
canonização que era há muito aguardada na Igreja é a de Óscar Romero, arcebispo
da capital salvadorenha, San Salvador, entre 1977 e 1980, quando foi
assassinado em pleno altar durante uma missa por um esquadrão da morte.
Romero dedicava seus discursos a
condenar os extermínios e torturas promovidos pelo regime militar que governava
o país. “Romero deixou as seguranças do mundo, inclusive sua própria
incolumidade, para dar a vida segundo o Evangelho, sempre próximo aos pobres e
a seu povo”, declarou Francisco.
A Igreja atribui ao salvadorenho
o milagre de ter curado uma mulher, Cecilia Flores, que estava à beira da morte
devido a complicações em um parto.
Além de Paulo VI e Romero, Francisco
canonizou duas freiras – a alemã Maria Catarina Kasper e a espanhola Nazaria de
Santa Teresa de Jesus -, dois padres – os italianos Francesco Spinelli e
Vincenzo Romano – e um operário italiano, Nunzio Sulprizio, de apenas 19 anos e
símbolo dos trabalhadores.
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