PMs do Choque no local do crime -
Três foram reconhecidos
Quatro moradores de Belford Roxo,
na Baixada Fluminense, denunciaram à Corregedoria da PM que foram vítimas de
uma sessão de tortura na última sexta-feira. De acordo com os relatos dos
jovens, cerca de 15 policiais militares do Batalhão de Choque agrediram as
vítimas num condomínio próximo à Favela da Guacha. A sessão de tortura
envolveu, ainda segundo os depoimentos, além de tapas no rosto, chutes e
choques elétricos, queimaduras no pênis de um dos rapazes com uma prancha para
fazer chapinha no cabelo, sufocamento com saco plástico e a introdução de um
cabo de vassoura no ânus das vítimas.
Exames realizados pelo Núcleo de
Perícia da Corregedoria constataram lesões em três das quatro vítimas. Durante
a perícia, foi detectada uma lesão com sangramento no pescoço de um dos jovens.
Em outra vítima, os peritos coletaram um pedaço de látex próximo ao ânus. O
material foi encaminhado para perícia. A assessoria de imprensa da PM confirmou
que “os fatos estão sendo apurados pela Corregedoria”. A corporação informou
que as vítimas também foram encaminhadas para perícia na Polícia Civil.
A sessão de tortura teria como
objetivo, segundo os depoimentos que fazem parte da investigação, obter
informações sobre a localização de armas e drogas no condomínio. Três dos
policiais foram identificados pelas vítimas. A Corregedoria vai pedir à Justiça
as prisões dos PMs acusados.
Presos durante a ação do Exército
antes de chegarem à Vila Militar
Chamados por rádio - De
acordo com os depoimentos prestados à Corregedoria da PM, a sessão de tortura
em Belford Roxo durou quatro horas. Três jovens afirmam que foram abordados
pelos agentes na parte externa do condomínio e, depois, conduzidos ao apartamento
de uma quarta vítima.
A partir da chegada de mais
policiais ao apartamento, chamados via rádio, as vítimas teriam sido obrigadas
a tirar as roupas. Um PM, segundo os jovens, ligou na tomada uma prancha de
cabelo e queimou o pênis de uma das vítimas. Como não respondia as perguntas dos
PMs, o mesmo jovem foi sufocado com um saco plástico. Os outros jovens dizem
ter sido vítima de choques, socos e chutes e também afirmam que os PMs
introduziram um cabo de vassoura com um preservativo em seus ânus. Os agentes
são acusados ainda de, após a tortura, terem roubado relógios, dinheiro e
cordões dos jovens.
A operação em que os rapazes
dizem ter sido torturados na Baixada teve participação do Bope, do Batalhão de
Ação com Cães (BAC) e do Grupamento Aeromóvel (GAM), além do Choque. Sete
pessoas foram presas. Uma pistola, um revólver, uma granada e grande quantidade
de drogas foram apreendidas na ação, nas favelas da Guacha e Gogó da Ema.
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