O réu deixou o local do
julgamento usando uma bengala e um colete à prova de balas
Dezessete anos depois de uma
tragédia familiar que abalou a população do Cariri (Região Sul do Ceará), a
Justiça condena o autor de uma chacina em que uma mulher e seus dois filhos, de
4 e 9 anos, foram cruelmente assassinados a facadas pelo próprio marido e
pai. Na última quarta-feira (24), o
assassino finalmente sentou no banco dos réus e recebeu uma pena de 78 anos de
prisão pelo triplo homicídio.
Sebastião Pereira Leite, o “Dão
Leite”, era considerado um cidadão de família na cidade de Brejo Santo, onde
trabalhava como comerciante. Mas, no dia 7 de fevereiro de 2001, mostrou sua
verdadeira face. Matou, a golpes de
faca, a esposa, Ada Maria Campos Leite, então com 49 anos de idade e os dois
filhos do casal, a menina Aline Campos Leite, de 9 anos e o pequeno Alex Campos
Leite, que tinha 4 anos e foi esquartejado pelo pai assassino. O crime ocorreu na residência do casal, na
sede do Município.
“Dão Leite” teria decidido
eliminar a família para não deixar uma valiosa herança, segundo apurou a
Justiça na época. Mas ele fugiu do Ceará e foi se refugiar no estado de Goiás,
onde passou a ter outra vida. De comerciante, virou empresário, dono de uma
promissora empresa distribuidora de bebidas localizada no Setor Jardim América,
bairro da zona nobre, na zona sul de Goiânia.
Em julho de 2013, portanto 12
anos após ter cometido a atrocidade em família, o assassino deu um passo em
falso que lhe custou caro. Decidiu requerer aposentadoria e foi a um posto do
INSS onde apresentou documentos. Logo, as autoridades descobriram que contra
ele havia um mandado de prisão da Justiça do Estado do Ceará, através da
Comarca de Brejo Santo. Acabou preso no dia 10 de julho daquele ano.
O julgamento atraiu dezenas de
pessoas e teve que ser realizado no Cine-Teatro de Brejo Santo. “Dão Leite” foi
condenado a 24 anos de reclusão pela morte da esposa, 27 anos pelo assassinato
da filha Aline, e mais 27 anos pelo assassinato a facadas e esquartejamento do
filho Alex, totalizando 78 anos de reclusão. Do local onde ocorreu o julgamento,
“Dão Leite”, que usava um colete a prova de balas e se apoiava em uma bengala,
foi levado para a Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC), onde já
estava recolhido desde a sua captura em Goiás, há cinco anos.
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