sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

CARIRI - Reconstituição das mortes em Milagres será feita na próxima semana

EM MILAGRES, missa foi celebrada na rua onde vítimas teriam sido alvejadas Lucas Santos/Especial para o Povo
EM MILAGRES, missa foi celebrada na rua onde vítimas teriam sido alvejadas

A reconstituição da ação policial que terminou com 14 mortos em Milagres, no Cariri, deve ser feita até quarta-feira, 19.
Há uma semana, na madrugada da sexta-feira, 7, uma tentativa de assalto a duas agências bancárias na cidade resultou em oito criminosos e seis reféns mortos - cinco deles da mesma família, que é de Serra Talhada, no interior de Pernambuco. Na tragédia em Milagres morreram o empresário João Batista Magalhães, 46; o filho Vinícius Magalhães, 14; a cunhada Claudineide Campos de Souza, 42; o marido dela, Cícero Tenório dos Santos, 60; o filho do casal, Gustavo Tenório dos Santos, 13; e a cearense Francisca Edneide da Cruz Santos, 49.
Todos, à exceção de João e o filho, vinham de viagem de São Paulo e haviam sido apanhados por seus parentes no aeroporto de Juazeiro do Norte na madrugada da sexta.
A suspeita inicial é de que teria havido troca de tiros entre os policiais militares (PMs) que atuaram na operação e os integrantes da quadrilha, que interceptaram os reféns na BR-116. A Polícia Civil recolheu imagens e gravações feitas por câmeras de segurança de três estabelecimentos próximos ao local do crime: duas farmácias e um mercado.
No domingo, o governador Camilo Santana (PT) anunciou a criação de um grupo especial para apurar as mortes. O trabalho está sendo conduzida pela Delegacia Regional de Brejo Santo e Delegacia Municipal de Milagres, com apoio da Delegacia de Roubos e Furtos. Ele também determinou que a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) investigue preliminarmente a participação dos PMs na operação e pericie armas tanto de agentes quanto de assaltantes. Doze policiais envolvidos na ação foram afastados das atividades de rua enquanto dura a investigação.
Ontem, uma missa celebrada pelo padre José Vicente homenageou os mortos na cidade. A cerimônia foi realizada no centro, na esquina da rua Padre Misael Gomes, onde se localizam as duas agências bancárias (Banco do Brasil e Bradesco).
Um dos presentes à missa, o prefeito de Milagres, Lielson Landim (PDT), afirmou que, uma semana após o massacre, os moradores ainda estão apreensivos. "A possibilidade de que os bandidos ainda estejam nas proximidades está na cabeça das pessoas".

PERGUNTAS SEM RESPOSTA

De onde partiram os disparos que mataram os seis reféns...
Em que circunstâncias reféns e assaltantes foram mortos...
Por que a Polícia Rodoviária Federal não foi avisada sobre a operação...
Qual era o reforço em efetivo para barrar a ação da quadrilha, que já era planejada...
Há informações sobre o motorista do caminhão usado para bloquear a BR-116...
  
EXCESSO

A autoridade da Prefeitura de Milagres afirmou dois dias depois da tragédia que a Polícia havia agido com exagero no caso, que terminou com 14 mortos, sendo seis reféns.

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