A Operação Vereda, deflagrada
pela Polícia Federal em 6 de dezembro de 2017, desarticulou uma suposta
organização criminosa que atuava na DCTD
Quatro policiais civis da Divisão
de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), investigados pela Polícia Federal (PF)
na Operação Vereda, irão responder também a um processo
administrativo-disciplinar na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) pela suspeita de raptarem e
agredirem um adolescente, entre outros crimes que teriam sido cometidos durante
a diligência, em Fortaleza.
O procedimento contra os
policiais Antônio Chaves Pinto Júnior, Fábio Oliveira Benevides, José Audízio
Soares Júnior e Raimundo Nonato Nogueira Júnior foi instaurado no dia
23 de novembro deste ano e publicado em portaria no Diário Oficial do Estado
(DOE) da última quarta-feira (28). A decisão também afastou preventivamente os
servidores de suas funções.
Conforme a denúncia recebida pela
CGD, a equipe da Polícia Civil invadiu uma residência, por volta de 16h30 do
dia 4 de fevereiro de 2016, sem apresentar ordem judicial, em busca de um
suspeito de vender anabolizantes ilegalmente. Sem encontrá-lo no imóvel, os
agentes de segurança teriam ameaçado de morte a mãe dele e dado um tapa no
rosto do filho dele, um adolescente. No local, a composição teria subtraído R$
1,9 mil, um tablet e uma máquina de cartão - que não foram apreendidos
formalmente pela Delegacia e nem devolvidos aos proprietários.
Depois disso, os policiais teriam
colocado o jovem dentro da viatura e rodado com ele pela cidade, terminando na
sede da DCTD, no Bairro de Fátima, por volta de 21h. Na Delegacia, o jovem
teria sido obrigado a assinar uma série de documentos. A denúncia aponta que
ele ficou "traumatizado" com a violência que sofreu e encontra
dificuldades para dormir até hoje.
No meio do caminho, os
investigadores teriam passado na residência da mãe da companheira do suspeito
de vender anabolizantes ilegalmente, onde teriam agredido um homem com chutes
nas pernas e uma batida na cabeça. Segundo a portaria da CGD, um Boletim de
Ocorrência (B.O.) sobre a agressão foi registrado, e um exame de corpo de
delito constatou as lesões corporais.
Reconhecimento - Os
quatro policiais foram reconhecidos pelas vítimas e pelas testemunhas, e o
relatório da DCTD sobre o mês de fevereiro de 2016 ratificou que o grupo de
servidores utilizava, no dia da ocorrência, o mesmo veículo Volkswagen Gol, de
cor branca, que foi visto nos dois locais.
Operação - Os quatro
policiais foram presos durante a deflagração da segunda fase da Operação
Vereda, no dia 27 de julho deste ano, por suspeita de participar de um esquema
criminoso dentro da Especializada da Polícia Civil, em que seriam cometidos os
crimes de extorsão, roubo, receptação, tortura, embaraço à investigação de
organização criminosa, tráfico de drogas, abuso de autoridade, usurpação da
função pública, favorecimento pessoal e violação de domicílio.
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