Vítimas de tiroteio foram levadas
para Perícia Forense em Milagres
A comissão que investiga morte de reféns na tentativa de assalto a
banco na cidade de Milagres conclui que oito dos 12 policiais do Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate) envolvidos na ação não tiveram participação direta no
confronto. Os oito agentes retornaram às atividades normais, informou a
Secretaria de Segurança Pública do Ceará nesta segunda-feira (21). Os outros
quatro policiais permanecem afastados até a conclusão da investigação.
O grupo foi retirado das funções em 10 de dezembro de 2018. Os policiais
participaram de operação para impedir que suspeitos atacassem duas agências
bancárias em Milagres, na madrugada do dia 7 de dezembro. Ao todo, 14 pessoas
morreram. Seis delas eram reféns, sendo cinco de uma mesma família. Os demais
eram assaltantes.
Carro em que vítima estava junto
com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres
“O trabalho concluiu que eles não atuaram diretamente no confronto com
suspeitos, que resultou na morte de reféns”, informou a secretaria.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD) investiga a responsabilidade dos agentes de
segurança nas mortes. O Ministério Público do Ceará (MPCE) acompanha e
fiscaliza as investigações.
Além de oito suspeitos mortos no tiroteio com os policiais, outros oito
foram presos.
'Vocês mataram minha irmã' - Na época, uma refém que sobreviveu ao
tiroteio informou que os tiros que mataram os suspeitos e os familiares
partiram dos policiais.
"Fiquei com a minha filha dentro do carro já morrendo, com o
sangue fervendo na goela, e eu pedindo socorro, gritando, mas não apareceu
ninguém. Quando meu menino se deitou no chão que a polícia começou a chegar
nele, ele disse 'Vocês mataram minha irmã' E o policial fez assim", disse
agricultora Maria Larilda Rodrigues, replicando o gesto do agente de segurança
com as mãos na cabeça.
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