terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Oito policiais afastados por tiroteio em Milagres com seis reféns mortos retornam às funções

Vítimas de tiroteio foram levadas para Perícia Forense em Milagres, no Ceará — Foto: Edson Freitas
Vítimas de tiroteio foram levadas para Perícia Forense em Milagres

A comissão que investiga morte de reféns na tentativa de assalto a banco na cidade de Milagres conclui que oito dos 12 policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) envolvidos na ação não tiveram participação direta no confronto. Os oito agentes retornaram às atividades normais, informou a Secretaria de Segurança Pública do Ceará nesta segunda-feira (21). Os outros quatro policiais permanecem afastados até a conclusão da investigação.
O grupo foi retirado das funções em 10 de dezembro de 2018. Os policiais participaram de operação para impedir que suspeitos atacassem duas agências bancárias em Milagres, na madrugada do dia 7 de dezembro. Ao todo, 14 pessoas morreram. Seis delas eram reféns, sendo cinco de uma mesma família. Os demais eram assaltantes.

 Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/DN
Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres

“O trabalho concluiu que eles não atuaram diretamente no confronto com suspeitos, que resultou na morte de reféns”, informou a secretaria.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) investiga a responsabilidade dos agentes de segurança nas mortes. O Ministério Público do Ceará (MPCE) acompanha e fiscaliza as investigações.
Além de oito suspeitos mortos no tiroteio com os policiais, outros oito foram presos.

'Vocês mataram minha irmã' - Na época, uma refém que sobreviveu ao tiroteio informou que os tiros que mataram os suspeitos e os familiares partiram dos policiais.
"Fiquei com a minha filha dentro do carro já morrendo, com o sangue fervendo na goela, e eu pedindo socorro, gritando, mas não apareceu ninguém. Quando meu menino se deitou no chão que a polícia começou a chegar nele, ele disse 'Vocês mataram minha irmã' E o policial fez assim", disse agricultora Maria Larilda Rodrigues, replicando o gesto do agente de segurança com as mãos na cabeça.

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