quarta-feira, 20 de março de 2019

AÇUDE GRANJEIRO - Famílias de Ubajara voltam para casa após ameaça de rompimento de barragem

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Os dias foram de medo - Quem mora próximo à barragem, teve que sair de casa

Foram quatro dias de constante medo. Desde o anúncio do risco de rompimento do Açude Granjeiro, situado entre as cidades de Ubajara e Ibiapina, até a abertura do novo sangradouro, na manhã de ontem (19), se passaram 73 horas. Hoje, a rotina começou a voltar ao normal. As 513 famílias que vivem à margem do rio, e próximo ao açude, retornaram gradualmente a suas casas.
Elas deixaram suas residências, na noite de sábado (16), quando a Defesa Civil e a Agência Nacional de Águas (ANA) constataram "risco elevado" de rompimento da barragem, construída há 35 anos. A medida foi adotada após o reservatório atingir sua cota máxima pela primeira vez na história e começou a sangrar. A força da água pôs em perigo a estrutura do açude. Com o risco iminente de rompimento, mais de três mil pessoas que moram próximo à barragem tiveram que deixar suas casas.
Ontem, operários iniciaram o processo de abertura de um vertedouro de 4 metros de extensão por 10 metros de altura como medida emergencial para evitar o rompimento da barragem. Às 11h47, o trabalho com o objetivo de reduzir o volume de água foi finalizado. A expectativa, de acordo com a Agência Nacional de Açudes (ANA), é que ocorra redução de 2 metros do nível da água, o que representa 50% de sua capacidade total.
De acordo com  especialista da ANA, a partir do meio-dia de hoje, isto é, 24 horas após a conclusão dos trabalhos, as famílias que foram retiradas da área de risco poderão retornar aos seus imóveis. Algumas famílias nem esperaram e já retornaram às suas casas no fim da tarde de ontem.

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Responsabilidade - Por se tratar de um açude particular, da empresa Agroserra, e nenhum órgão público fazer o usufruto de suas águas, o reservatório Granjeiro não é monitorado pela Cogerh. "Sua manutenção é de inteira responsabilidade do proprietário que, ao longo de décadas, foi negligente com os cuidados requisitados ao açude. Sem acompanhamento técnico e somado às chuvas fortes que caíram na região nas últimas semanas, o açude encheu e passou a apresentar "risco elevado à população", conforme analisou o relatório da ANA.
Conforme a Agência, o proprietário da empresa Agroserra, Avelino Forte, deverá arcar com os custos da obra do vertedouro. "O montante empregado para a abertura do novo sangradouro será apropriado e judicialmente cobrado ao proprietário do reservatório". Os custos totais, no entanto, não foram revelados. Emergencial, a obra foi custeada pelos governos municipal e estadual.
O prefeito de Ubajara, Renê Vasconcelos, disse que todos os gastos da operação estão sendo contabilizados e serão ressarcidos ao Município pela Defesa Civil Nacional e pela Agência Nacional de Águas.

Futuro - Após a estabilização da parede e a eliminação completa de todos os riscos, a ANA estudará uma alternativa para o reservatório. Caso ele não seja apropriado pelo poder público, que passaria a ter gerência sobre a manutenção, a tendência é que o açude seja completamente esvaziado.  

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