Bolsonaro também teve nesta
quarta medidas questionadas por bispos no lançamento da campanha da
Fraternidade
Passado o Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro se volta para a batalha
da busca de apoio político no Congresso Nacional para aprovar sua proposta de
reforma da Previdência, carro-chefe de sua gestão, mas terá também de contornar
dois focos de desgaste: a repercussão negativa causada pela postagem de um
vídeo obsceno em sua conta no Twitter e as críticas de autoridades católicas
durante o lançamento da Campanha da Fraternidade.
Ontem, o presidente publicou um vídeo no qual dois homens aparecem em
atos obscenos diante de uma multidão, gravado durante o Carnaval, que gerou
críticas na imprensa internacional.
Um texto do jornal americano "The New York Times" começou com
um alerta: "O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com
conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais
que agitam o Brasil".
O vídeo polêmico foi gravado no desfile do Blocu, em São Paulo, na
última segunda. Nesta quarta-feira à
noite, Bolsonaro disse, por meio de nota, que não pretendia criticar o Carnaval
de forma genérica.
"Não houve intenção de criticar o Carnaval de forma genérica, mas
sim caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a
descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais
democrática festa popular".
A discussão sobre o vídeo obsceno ocorreu no dia do lançamento da
Campanha da Fraternidade de 2019. Membros da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) criticaram publicamente as políticas de governo anunciadas por
Bolsonaro, como a liberação da posse de armas de fogo. Para o secretário-geral
da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, o Governo Bolsonaro precisar rever
algumas de suas decisões. "Nós
temos preocupação, por exemplo, com a questão de armar a população".
Mourão evita comentar - O vice-presidente da República, Hamilton
Mourão, evitou comentar a polêmica do vídeo. "Não vou comentar o que eu não sei. Não sou ventríloquo do
presidente".
Efeito em apoiadores - O jornal argentino La Nación destacou que
mesmo seguidores de Bolsonaro criticaram a atitude. O jornal espanhol El País
escreveu que as publicações deixaram seus compatriotas "envergonhados, indignados e atônitos".
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