Marca de tiro em Milagres - Ação
policial deixou reféns e criminosos mortos em dezembro de 2018
O Estado do Ceará não registrava, em um único mês, tantas mortes em
decorrência de intervenção policial como em janeiro deste ano. Foram 28, o
maior número já contabilizado desde que a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Policial (SSPDS) passou a disponibilizar essa estatística, no começo de
2013. Com 219 casos, 2018 já havia sido o ano com a maior quantidade de óbitos
em decorrência de ações de policiais em serviço.
Os números do primeiro mês de 2019 foram puxados para cima, sobretudo,
por causa do confronto que deixou seis homens mortos em Palmácia, em 23 de
janeiro. Conforme a Polícia Civil, esses homens eram responsáveis por diversos
crimes no Maciço do Baturité, incluindo, pelo menos, dez homicídios, sendo
apontados como membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Dois PMs
foram feridos no confronto, sem risco de morte.
Ajudou também a elevar a taxa de mortes por intervenção policial a
série de atentados executados por facções criminosas em mais de 40 municípios
no Estado. Pelo menos seis suspeitos de praticar ataques acabaram mortos em
tiroteio com policiais militares. Os casos ocorreram em Eusébio, Quixadá e
Fortaleza.
Mortes efetuadas por policiais militares em serviço são consideradas
excluídas de ilicitude, uma vez que são feitas em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito, como prevê o artigo 23 do Código
Penal Brasileiro (CPB). Por isso, não são computadas nas estatísticas de Crimes
Violentos Letais e Intencionais (CVLIs). O último mês de janeiro foi o que teve
menos registros de CVLIs no Estado desde 2011. Foram 192 casos, conforme a
SSPDS.
Apesar disso, esses óbitos por intervenção policial têm inquéritos
instaurados. Entre as medidas tomadas pela investigação, está a apreensão para
submissão à perícia das armas dos agentes de segurança pública envolvidos na
ocorrência, aponta Resolução nº 129/2015, do Conselho Nacional do Ministério Público.
As investigações são ainda submetidas à avaliação do Ministério Público, que
decide se o caso é arquivado ou levado em denúncia à Justiça.
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