Um interno da Cadeia Pública de Caucaia utilizou uma conta de água do
presídio onde está recluso como comprovante de residência para abrir uma conta
em um banco de Fortaleza. O caso foi divulgado nesta quarta-feira (17) pela
Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).
O preso, identificado como Francisco Joel Moura de Alencar, utilizava a
conta para receber dinheiro de golpes que aplicava de dentro da cadeia. A DDF
descobriu após denúncias de vítimas de outros estados.
O titular da especializada, delegado Jaime de Paula Pessoa Linhares,
informou que diversos boletins de ocorrências de vítimas que caíram no golpe da
"Ligação Premiada" em outros estados foram encaminhados para DDF.
Isso porque as contas correntes nas quais elas depositavam os valores eram
registradas no Ceará.
Ainda segundo Jaime de Paula, homens ligavam para as vítimas de outros
estados e diziam que elas tinham ganhado um prêmio de R$ 10 mil. Para elas
receberem o valor, era necessário depositar uma quantia que correspondia a
impostos sobre o prêmio. "Nesse momento, elas caíam no golpe. O suspeito
informava que a vítima tinha direito a um prêmio de R$ 10 mil e, para o
recebimento desse dinheiro, ela teria que fazer um depósito de pagamento dos
impostos do Banco Central".
Uma das vítimas, natural de São Paulo, chegou a realizar três depósitos
em três contas diferentes. Com o número das contas e agências, o delegado e sua
equipe foram até o banco para identificar o endereço dos proprietários das
contas.
Quando verificaram os dados de um dos suspeitos, os policiais
perceberam que o comprovante de endereço apresentado no cadastro era de uma
conta de água da Cadeia Pública de Caucaia. O titular, inclusive, estava preso
no local.
"Na busca dos dados cadastrais, nós fomos surpreendidos pelo
endereço de residência do Francisco Joel informado ao banco. A surpresa é pelo
descaramento. Ele chegou a apresentar uma conta da Cagece (Companhia de Água e
Esgoto do Ceará) da Cadeia Pública para abrir a conta", disse o delegado.
Após descobrir os titulares das contas, a DDF identificou que Francisco
Joel aplicava os golpes de dentro do presídio. Ele e os outros suspeitos serão
chamados para prestar depoimento no caso, bem como a Secretaria da Administração
Penitenciária (SAP).
O titular da DDF não informou o valor subtraído das vítimas nos golpes.
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