Cacique brasileiro e o pontífice
trocaram presentes e conversaram amigavelmente
O papa Francisco recebeu na última segunda-feira no Vaticano o líder
indígena Raoni, um importante aliado na defesa da Amazônia, um dos grandes
desafios do primeiro pontífice latino-americano. O Vaticano divulgou fotos e um
vídeo do encontro, durante o qual os dois líderes trocaram presentes e
conversaram amigavelmente.
O indígena brasileiro iniciou em 12 de maio uma excursão de três
semanas pela Europa, onde foi recebido por chefes de Estado, marchou com jovens
em favor do clima e agora se reúne com o papa.
Considerado o pontífice mais sensível aos problemas ecológicos após a
publicação em 2015 da encíclica “Laudato Si”, o papa argentino convocou para
outubro deste ano um sínodo ou assembleia de bispos sobre a Amazônia, a fim de
proteger os povos desta região que abrange nove países e é considerada o pulmão
do planeta.
O líder Kayapó, que viaja acompanhado de outros três líderes indígenas
do Xingu, tem sofrido a devastação de seu vasto território, ameaçado pelo
desmatamento, pelo agronegócio e pela indústria madeireira.
Um fenômeno que o próprio papa denunciou quando visitou Puerto
Maldonado em janeiro de 2018, uma cidade rural no sudeste do Peru, cercada pela
floresta amazônica. A preocupação do papa com as ameaças contra esse santuário
da biodiversidade coincide com a de muitas populações amazônicas, determinadas
a defender sua identidade e seus costumes.
É a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades
concretas em favor do cuidado ambiental, inclusive nas paróquias. A viagem de
Raoni acontece em meio a tensões com o presidente Jair Bolsonaro, que tem se
mostrado favorável à exploração de áreas protegidas.
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