segunda-feira, 17 de junho de 2019

Travesti é agredida em Iguatu após não receber dinheiro por programa

“Estou abalada, cheia de hematomas”, desabafa a garota de programa, afastada das ruas desde então

A Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu registrou no último dia 13 (quinta-feira) Boletim de Ocorrência por agressão física dolosa contra a travesti, Fabrícia de Oliveira (Erick de Oliveira). O suspeito da agressão foi identificado por, Luiz Neto Barreto. O caso ocorreu na noite anterior, dia 12.
De acordo com o presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da subseção de Iguatu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), advogado Leandro Florentino, nesta segunda-feira, 17, o suspeito deverá prestar depoimento à autoridade policial.
O advogado Cícero Deillyson Lima Vieira, que também integra a Comissão da subseção da OAB acompanhou a vítima em seu depoimento na Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu. Quem também acompanhou o depoimento foi o presidente da Associação de Travestis, Transexuais, Homossexuais de Iguatu e da Região Centro-Sul do Ceará, Butrerfly Silva.

 
Relato - Fabrícia de Oliveira contou que foi procurada pelo cliente que já era conhecido dela, na esquina da Avenida Perimetral com Alfredo Gondim. Os dois saíram de carro para uma estrada após o bairro Novo Iguatu, onde ocorreu o programa sexual. Depois, os dois voltaram para o local onde a travesti costuma ficar à espera de clientes.
Ao retornar, a vítima contou que o cliente mudou de atitude e que ele parou antes e não queria pagar o programa. Fabrícia Oliveira disse então que tirou a chave do carro, quando passou a ser agredida pelo suspeito.
Os dois ficaram na pista e a travesti foi agredida na cabeça, nos braços, nas pernas, quebrou um dente e cortou a parte superior da boca. Ela disse ainda que o rapaz ficou com a camisa rasgada.
Após retomar a chave do carro, as agressões cessaram. A vítima disse ainda que cobrou R$ 50,00 e que nas vezes anteriores quando saiu com o suspeito da agressão ocorrera tudo normal. E, por último, disse que o agressor ainda quis jogar o carro por cima dela e que os dois não usaram droga e nem bebida alcoólica.

Vídeo repercute caso - A divulgação de um vídeo feito por uma moradora em grupos de redes sociais da agressão da travesti em Iguatu obteve ampla repercussão.
A situação de agressão, com a travesti deitada sobre o asfalto e o agressor puxando o braço dela foi flagrada por uma mulher que passava na rua. Ela interveio falando que estava filmando e pedindo para o agressor parar. “Solte ela”, gritou várias vezes. A travesti chegou a dizer aos gritos que fazia programa e pediu para que chamasse a Polícia. “Ele está bêbado”. Nesse momento, o agressor se distanciou da vítima.

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