A Controladoria Geral do Estado e o Tribunal de Contas do Estado deram,
nesta terça-feira (11), os primeiros passos para a realização de auditorias em
consórcios de saúde do Estado. Os primeiros equipamentos a serem alvos de um
pente fino por parte dos órgãos fiscalizadores serão os consórcios de Camocim,
Iguatu e do Vale do Curu.
De acordo com o secretário de Controle Externo da Corte de Contas,
Raimir Holanda, as duas entidades realizarão tipos diferentes de trabalho. O
TCE fará a chamada auditoria de conformidade nas contas dos consórcios desde
2014. Já a Controladoria executará a auditoria dos processos.
Ainda não há prazos para a conclusão dos trabalhos. De acordo com
Raimir, apenas na próxima semana, em uma nova reunião, deverá ser definido um
cronograma. As auditorias não serão simultâneas, ou seja, cada consórcio será
analisado separadamente e, apenas após a conclusão, serão iniciados os
trabalhos do próximo equipamento. O de Camocim será o primeiro, depois vem
Iguatu e o Vale do Curu.
Conforme informações do Diário do Nordeste, em quatro anos, só o
consórcio público de saúde de Iguatu – Policlínica e CEO - recebeu mais de R$
21 milhões de reais. No ano passado, no último quadrimestre do ano, o consórcio
de Iguatu gastou quase 75% de todo o recurso recebido do Estado com folha de
pagamento. Convém lembrar que à época a presidência do consórcio era ocupada
pelo prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor.
As irregularidades nos consórcios de saúde do estado chamou a atenção
das autoridades desde o final do ano passado, e esse ano, o caso foi denunciado
na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do deputado Agenor
Neto, que inclusive abordou o assunto de forma enfática, de tal forma, que o
governo do Estado resolveu intervir na gestão desses consórcios, determinando
ao secretário de saúde do estado, Dr. Cabeto, medidas para moralizar as
gestões.
Pelos levantamentos obtidos, muitos consórcios, inclusive o de Iguatu,
estavam sendo utilizados como cabides de emprego, ou seja, ao invés de estarem
servindo à população mais carente, os consórcios estavam sendo utilizados para
"negociatas políticas".
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