Fato é denunciado pelo deputado
Soldado Noélio (PROS) e a tropa se diz desestimulada
Policiais da linha de frente do
combate ao crime estão sendo afastados das ruas
Cerca de 40 policiais militares estão afastados das atividades de rua
enquanto a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e
do Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) investiga a participação deles na morte
de bandidos durante confrontos.
O fato tem causado polêmica e desestímulo na tropa, principalmente nas
unidades que atuam diretamente no combate ao crime, como os batalhões de Rondas
de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e de Policiamento de Choque (CPChoque).
No começo da semana, oito policiais do Batalhão Raio da cidade de
Aracati, no Litoral Leste do Estado foram
afastados das ruas e estão sendo alvo de sindicância na CGD. O mesmo
aconteceu com outros oito policiais destacados em Caucaia, na Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF), que mataram um bandido durante uma troca de tiros no bairro
Itambé, tendo um dos PMs ficado gravemente ferido, mas sobreviveu após vários
dias hospitalizado.
Os oito militares do CPRaio de Caucaia agora correm o risco de serem
expulsos da Corporação. Por determinação da CGD foi instaurando contra eles um
Conselho de Disciplina, primeiro passo para a exclusão.
Denúncia - Nesta quarta-feira (24), o deputado
estadual Soldado Noélio (PROS) declarou através das redes sociais que 14
policiais militares destacados em Quixeramobim, no Sertão Central também estão sendo alvos de uma investigação
na CGD.
Com o aumento das ocorrências de confrontos policiais, bandidos que
atiram contra as patrulhas, o número de policiais afastados das ruas e
respondendo a procedimentos disciplinares também tem aumentado no Ceará.
“A informação extra-oficial que foi passada para nós é de que em todas
as ocorrências que houver confronto, de alguém atirar no Raio, e o Raio atirar
e o indivíduo morrer, será aberto processo e o policial afastado. Essa é a
informação de dentro da CGD”, disse o deputado.
Noélio afirma, ainda, que, “nós estamos coma receita perfeita para
quebrar o ciclo de proteção para a população”.
Números - Conforme dados publicados pela Secretaria
da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em seu site, entre os meses de
janeiro e junho deste ano, 84 pessoas foram mortas pelas forças policiais
cearenses, casos denominados de mortes por intervenção policial, cujos números
não são incluídos nas estatísticas anuais dos Crimes Violentos, Letais e
Intencionais (CVLIs) apresentados pelo estado à sociedade, Imprensa e ao
Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP) para fins de contabilidade
no Mapa da Violência no Brasil.
Nos últimos sete anos, ainda de acordo com os dados publicados pela
SSPDS, compreendendo de janeiro de 2013 a junho de 2019, 755 pessoas morreram
no Ceará por conta de intervenção policial. Nesta estatística não estão
incluídos cidadãos assassinados em ações desastrosas das forças da Segurança
Pública (as polícias Civil e Militar).
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