Sistema de segurança dos
aparelhos telefônicos de dois oficiais da Polícia Militar impediu o acesso dos
investigadores, na primeira tentativa - Grupo de militares é acusado de cometer
diversos crimes na Região Norte do Estado
Policiais militares são acusados
de crimes como concussão e corrupção passiva
A Justiça Estadual, por meio da Auditoria Militar, determinou, no
último dia 3 de outubro, uma nova extração de dados dos aparelhos celulares de
dois oficiais da Polícia Militar do Ceará (PMCE), para colaborar nas
investigações da Operação Espanta Raposa. Nove PMs são réus em um processo por
diversos crimes cometidos na Região Norte do Estado, como exigências de
vantagem indevida (concussão) e corrupção passiva.
Os dispositivos telefônicos em questão pertencem ao tenente-coronel
Paulo de Tasso Marques de Paiva, comandante da unidade do Batalhão da Polícia
de Meio Ambiente (BPMA) de Sobral; e ao major Francisco Marcelo Nantuã Beserra,
que atuava em Tianguá pelo mesmo Batalhão.
Em documentos, o Ministério Público do Ceará (MPCE) afirma que a
primeira extração teve tentativas frustradas por conta do sistema de segurança
de dados dos celulares, modelos iPhone, o que torna "na maioria dos casos,
inviável o acesso ao conteúdo dos aparelhos por meio de infiltrações
tradicionais".
Os equipamentos haviam sido apreendidos durante o cumprimento da medida
de busca e apreensão domiciliar, no dia 28 de março deste ano. Por causa do
obstáculo técnico, o MPCE celebrou um convênio com o Ministério Público do Rio
de Janeiro (MPRJ).
A parceria deve permitir "uma alternativa viável para o acesso aos
dados telemáticos dos aparelhos celulares supracitados". O juiz estadual
que assina a decisão estipulou o prazo máximo de 20 dias para a realização da
extração dos dados.
Denúncia - Conforme o MPCE, a quadrilha formada dentro
da Polícia Militar exigia até R$ 20 mil de empresários na Região Norte e, para
ser atendida, ameaçava apreender materiais, fechar estabelecimentos e até mesmo
prender ou matar comerciantes e familiares. Além do tenente-coronel e do major,
outros seis sargentos e um soldado fariam parte do grupo. A denúncia contra os
nove foi aceita pela Justiça Estadual no dia 26 de abril.
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