Em depoimentos, familiares narram
abusos físicos e psicológicos, falta de medicamentos e alimentação estragada em
presídios sob intervenção federal
Operação transfere detentos no
Pará
Desde que a força-tarefa federal ocupou parte dos presídios do Pará, no
fim de julho, familiares de presos, advogados e agentes penitenciários
estaduais vêm denunciando casos de tortura generalizada. Numa fala uníssona,
mulheres dos presos relatam maus-tratos, torturas física e psicológica, falta
de medicamentos e alimentação estragada. Sob condição de anonimato, uma delas
contou que seu marido foi obrigado a sentar no formigueiro sem roupa e teve seu
órgão sexual atingido por spray de pimenta:
— Eles foram obrigados a sentar em formigueiro e abrir as pernas para
eles (agentes) jogarem spray de pimenta. São torturados diariamente com bala de
borracha, cassetete, bomba de efeito moral. Estão sendo afogados em fossas para
entregar celular e drogas.
Diante das denúncias, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma
ação de improbidade administrativa assinada por 17 dos 28 procuradores da
República que atuam no Pará. O documento aponta práticas de tortura, como a
perfuração dos pés dos presos por pregos, em presídios que passaram a ser
controlados pela força-tarefa autorizada pelo Ministério da Justiça.
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