quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Mulheres de presos relatam tortura e agressões de força-tarefa federal no Pará

Em depoimentos, familiares narram abusos físicos e psicológicos, falta de medicamentos e alimentação estragada em presídios sob intervenção federal

Operação transfere detentos no Pará. MPF denuncia tortura em unidades do estado sob intervenção federal Foto: Alex Ribeiro / Agência Pará
Operação transfere detentos no Pará

Desde que a força-tarefa federal ocupou parte dos presídios do Pará, no fim de julho, familiares de presos, advogados e agentes penitenciários estaduais vêm denunciando casos de tortura generalizada. Numa fala uníssona, mulheres dos presos relatam maus-tratos, torturas física e psicológica, falta de medicamentos e alimentação estragada. Sob condição de anonimato, uma delas contou que seu marido foi obrigado a sentar no formigueiro sem roupa e teve seu órgão sexual atingido por spray de pimenta:
— Eles foram obrigados a sentar em formigueiro e abrir as pernas para eles (agentes) jogarem spray de pimenta. São torturados diariamente com bala de borracha, cassetete, bomba de efeito moral. Estão sendo afogados em fossas para entregar celular e drogas.
Diante das denúncias, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação de improbidade administrativa assinada por 17 dos 28 procuradores da República que atuam no Pará. O documento aponta práticas de tortura, como a perfuração dos pés dos presos por pregos, em presídios que passaram a ser controlados pela força-tarefa autorizada pelo Ministério da Justiça.

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