sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Internos de centro terapêutico no Ceará eram mantidos algemados e com sinais de agressão

Proprietário do local foi preso - Conforme denúncia, 32 homens viviam em locais similares a celas

Internos eram mantidos em espaços similares a celas, algemados e com sinais de espancamento, aponta denúncia — Foto: Ministério Público/Divulgação
Internos eram mantidos em espaços similares a celas, algemados e com sinais de espancamento

Os internos de um centro terapêutico em Juazeiro do Norte, no Ceará, eram mantidos em condições desumanas e em cárcere privada, de acordo com denúncia do Ministério Público do Estado. Promotores visitaram o local na última quarta-feira (20) e constataram que as pessoas viviam em locais similares a celas e um delas era mantido algemado.
O proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante pelo crime de cárcere privado. Foram apreendidas drogas no local e ocorreu uma constatação médica de interno sob efeito de substância entorpecente.
De acordo com a promotora Alessandra Magda, a instituição, que deveria tratar somente dependentes químicos, recebia também doentes mentais, o que é proibido.

Alguns internos de centro de internação no Ceará apresentavam sinais de espancamento — Foto: Ministério Público/Divulgação
Alguns internos de centro de internação no Ceará apresentavam sinais de espancamento

Espancamento e hematomas - Ainda conforme a denúncia do Ministério Público, a casa que funcionava como centro terapêutico abrigava 32 homens e, em alguns deles, foram constatadas marcas de espancamento e hematomas decorrentes de uso de algemas.
Durante a inspeção, os promotores de Justiça acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para realização de atendimento médico ambulatorial aos internos. Um deles chegou a ser encaminhado para o Hospital Regional do Cariri, onde foi submetido a cirurgia, após ser diagnosticado com pneumotórax. Outros dois foram atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Assistentes sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho (SEDEST) e médico da saúde mental realizaram uma triagem dos institucionalizados para verificar se têm condições de retornar ao convívio de suas famílias ou que precisam ser encaminhados a outra instituição.
A vigilância sanitária foi chamada ao local e interditou o local após a retirada dos internos. A ação contou ainda com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.

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