Funcionárias da Prefeitura
comandavam a venda de drogas e o tráfico de influência
Cidade de Quixadá, onde o tráfico
de drogas é intenso e onde a quadrilha atuava
Um esquema criminoso de tráficos de drogas e de influência foi
descoberto na cidade de Quixadá, no
Sertão Central, envolvendo funcionários da Prefeitura Municipal. Duas servidoras
foram presas por ordem da Justiça e tiveram quebrado o sigilo telefônico. A investigação do Ministério Público e da
Polícia Civil revelou também que, além do comércio de entorpecentes, as
servidoras teriam recebido orientação do prefeito daquele Município para
votarem em um candidato ao Conselho Tutelar local.
A descoberta do envolvimento das servidoras municipais Francisca
Danielle Pinheiro de Lima, empregada há 14 anos na Prefeitura de Quixadá e
atualmente lotada na Secretaria da Agricultura; e Karla Mylleane Silva de
Oliveira, técnica em Enfermagem e lotada no Hospital Municipal Eudásio Barroso,
no tráfico de drogas e de influência, veio à tona após a primeira ter sido
presa, em flagrante, no dia 29 de setembro, juntamente com a filha, Ana Vitória
Gerônimo, 20; e a sua comparsa, Marisa Ferreira de Sousa. As três foram
flagradas fotografando policiais militares do Comando Tático Rural (Cotar), que
estavam na cidade de Quixadá para uma operação.
Com a detenção das três, os telefones celulares foram apreendidos e a
quebra do sigilo levou à descoberta da rede criminosa que tinha como base o
bairro Campo Novo, chamado por elas de “Gogó”.
Danielle e Mylleane atuavam no tráfico de drogas sob o comando de
Marisa, chamada de “Maria” ou “Cumadre”, que é companheira de um traficante e
homicida atualmente preso em uma unidade do Sistema Penal, na Grande Fortaleza.
Erbson Emídio, o “Bebel”, mesmo estando atrás das grades, continua comandando o
tráfico em Quixadá, usando as duas mulheres como “gerentes” dos pontos de
vendas de drogas no Campo Novo e em cidades da mesma região, como Morada Nova.
Em um dos trechos de uma gravação de diálogos entre Danielle e Marisa,
as duas tratam da contabilidade da venda de drogas. Citam nomes e quantidades de drogas vendidas,
cobranças e prazos de pagamento.
Noutro trecho da interceptação telefônica autorizada pela Justiça, Danielle
conversa com a mãe, Joana Darck Jerônimo de Freitas, que também é servidora da
Prefeitura de Quixadá e igualmente à
filha, lotada na Secretaria da Agricultura.
Ela cita uma suposta ligação telefônica em que fala ter recebido
orientação do “Hilário” (seria o prefeito do Município), para votar no
candidato Nilton César Morais da Silva, que acabou eleito para o cargo de
membro do Conselho Tutelar de Quixadá, o fato pode caracterizar o crime de
tráfico de influência.
Prisões - Danielle, Marisa e Ana Vitória, presas em
29 de setembro, acabaram sendo soltas por ordem da Justiça durante uma
audiência de custódia. Todavia, no dia 3 de outubro, a juíza de Direito,
Giselli Lima de Sousa Tavares, titular da 2ª Vara daquela Comarca, atendeu a um
pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva de Danielle e de Marisa,
além da temporária de Karla Mylleane. A
juíza expediu também mandados de busca e apreensão para uma revista nas
residências delas. As três foram capturadas no dia 7. Porém, não ficaram presas por muito tempo.
Na tarde do dia 9, as acusadas foram levadas para uma segunda audiência
de custódia, onde acabaram soltas novamente e agora permanecem em liberdade.
Karla Mylleane teve a temporária revogada. Danielle e Marisa tiveram a prisão
preventiva convertida em domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
O Ministério Público de Quixadá, representado pelo promotor de Justiça,
Othoniel Alves de Oliveira, aprofunda a investigação em torno do caso em
conjunto com a Polícia Civil.
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