Pai de Jardeson Rodrigues
Martins, de 21 anos, denuncia que ele foi morto "de forma covarde"
![Jardeson Rodrigues Martins tinha 21 anos e foi morto na última quinta-feira (13) — Foto: Arquivo pessoal](https://s2.glbimg.com/DUfvS7dRZAnIE5kUdz4z54YlaP0=/0x0:1237x824/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/q/L/dyB35EToSO7rSJUdCnYw/jardeson-rodrigues-martins-foi-morto-durante-abordagem-de-policiais-militares-da-forca-tatica-2-.jpg)
Jardeson Rodrigues Martins tinha
21 anos e foi morto na última quinta-feira
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD) informou, em nota, que determinou a instauração de
investigação preliminar para apurar na esfera administrativa a morte de
Jardeson Rodrigues Martins, de 21 anos. O jovem foi morto durante abordagem
policial ocorrida no Bairro Padre Andrade, em Fortaleza, na última quinta-feira
(13).
Nesta segunda-feira (17), familiares da vítima foram encaminhados ao 7º
Distrito Policial para prestarem depoimentos sobre o caso. Ainda segundo a CGD,
as investigações estão em andamento e têm caráter reservado, não podendo, por
isso, serem divulgados detalhes.
Conforme a PMCE, na última quinta-feira (13), uma equipe da Corporação
foi até os arredores da Lagoa do Urubu para atender uma ocorrência relacionada
a pessoas que estariam armadas. Ao perceber a presença da viatura, Jardeson,
conforme a Polícia, correu com a mão na cintura, o que configuraria uma atitude
suspeita. A vítima, após uma tentativa de abordagem dos policiais, fugiu e, em
seguida, teria efetuado vários disparos de arma de fogo contra os PMs, que
iniciaram uma troca de tiros.
Na ação, o jovem foi baleado e encaminhado para uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA), situada no Bairro Pirambu. De acordo com a Polícia, a arma
utilizada por Jardeson foi encaminhada ao 7º Distrito Policial.
A família rebate a versão da PMCE. Para o pai de Jardeson, Gilson
Martins, o jovem foi morto de forma covarde. De acordo com Gilson, Jardeson
havia saído de casa para comprar alguns salgados. Porém, ao perceber a
abordagem truculenta da Polícia no bairro, o filho se desesperou e acabou
correndo.
“Ele correu porque já chegaram de forma truculenta. Eu também teria
corrido. Quem ia esperar por bala".
Para Gilson, "foi uma grande covardia" a morte de Jardeson.
"Estão dizendo que ele tem uma longa ficha criminal. É mentira. Ele foi preso,
sim, mas por apenas por seis dias, por um roubo que não foi provado e respondeu
por desacato quando ele contestou uma abordagem violenta de policiais que
agrediram a avó dele no aniversário dele, por conta de um som alto", disse
Gilson, afirmando que o filho não tinha arma.
Um morador da região, que não quis se identificar, informou que ouviu
um tiroteio e o comando dos policiais que estiveram na abordagem. Conforme a
testemunha, após ouvir o barulho dos tiros, os PMs realizaram mais um disparo.
“Eu ouvi quatro tiros. Eles passaram correndo, falando 'está ali ele, está ali
ele'. Aí, houve mais um tiro, e eles disseram: ‘Está no chão’. Depois eles
levaram ele pra UPA. O último tiro executou ele, de costas. Falaram que ele
reagiu. Como ele reagiu e levou um tiro na nuca. As únicas armas que ele tinha
na mão eram dois salgados,” narrou o morador.
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