Esta seria a nona morte em
decorrência de intervenções policiais no Ceará, em 2020
Jardeson Rodrigues Martins foi
morto durante abordagem de policiais militares da Força Tática, em Fortaleza
Um jovem de 21 anos identificado como Jardeson Rodrigues Martins foi
morto durante abordagem de policiais militares da Força Tática. O fato
aconteceu na madrugada da última quinta-feira (13), no Bairro Padre Andrade, em
Fortaleza. Esta seria a nona morte em decorrência de intervenções policiais no
Ceará, em 2020.
De acordo com Gilson Martins dos Santos, pai da vítima, o jovem estava
na calçada junto à família instantes antes do ocorrido. O pai decidiu entrar em
casa e Jardeson avisou que iria até a esquina comprar um lanche. Foi quando uma
viatura da Força Tática da PMCE surgiu.
"Um policial já desceu do carro atirando. Meu filho saiu correndo
e conseguiu ir para outra rua. Ficou abaixado, escondido. Quando pensou que a
Polícia já tinha passado, se levantou. Foi quando um policial atirou na nuca
dele. Me contaram que quando viram que tinham matado, trocaram de viatura e
ainda levaram meu filho para a UPA do Pirambu. Só para dizer que tinham
socorrido, mas ele já estava morto".
A versão da Polícia Militar do Ceará (PMCE) é diferente da de Gilson.
Conforme a PMCE, a Corporação foi acionada via Coordenadoria Integrada de
Operações de Segurança (CIOPS) para atender uma ocorrência acerca de pessoas
armadas nas redondezas da Areninha da Lagoa do Urubu. Ao avistar a viatura,
Jardeson, com antecedentes criminais por roubo e desacato, teria corrido com a
mão na cintura e demonstrando atitude suspeita.
Por nota, a Polícia afirma que houve tentativa de abordagem contra o
jovem, mas ele teria se evadido e, mais à frente, efetuado disparos de arma de
fogo em direção aos policiais, que revidaram a agressão. Conforme a PMCE, o
suspeito foi socorrido até a UPA e a arma apreendida com ele foi apresentada ao
7º Distrito Policial, onde o caso é investigado. A Corporação destacou que
qualquer detalhe envolvendo o caso, como uma possível troca de viaturas, ficará
a cargo dos investigadores.
Justiça - Gilson afirma que o filho não tinha
problemas com a Polícia: "A única vez que ele foi para a delegacia foi
porque estava com o som alto, em uma festa do meu sobrinho. Não chegou a
responder por nada. A Polícia monta a história do jeito que ela quer. Meu filho
era um cidadão, trabalhava com carteira assinada. Não vou deixar isso impune.
Vou falar até o resto da minha vida. Foram covardes, meu filho estava de
costas".
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