Os números da violência no Estado do Ceará permanecem altos mesmo após
o fim do motim protagonizado por grupos de policiais militares que durou 13
dias.
Na primeira quinzena deste mês, foram registrados pela Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) 167 Crimes Violentos Letais e
Intencionais (CVLIs).
O número é 79,5% superior do que igual período de 2019. No ano passado,
de 1º a 15 de março, foram 93 mortes violentas. Dos 167 CVLIs registrados neste
mês, 58 ocorreram em Fortaleza, 47 na Região Metropolitana e os demais no
Interior do Estado. Devido aos dados ainda não estarem consolidados, há chances
de o número total ser ainda maior.
A maior parte dos assassinatos foi contra homens de 20 a 29 anos. Ainda
nas duas primeiras semanas de março, a SSPDS contabilizou três latrocínios.
Dois dos três roubos seguidos de morte foram em Caucaia e um na capital. Também
chamam atenção dois feminicídios em duas semanas. No último dia 2 de março foi
morta Célia Sousa Cruz, de 47 anos, em Sobral, e no dia 8, a vítima foi Adriana
Jardim de Araújo, 47, em Fortaleza.
Conforme o Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade
Federal do Ceará, os números são preocupantes e mostram que a redução observada
no ano passado “foi um parêntese e não o resultado de um trabalho efetivo de
transformação das condições sociais de produção e reprodução do crime em nosso
Estado”.
EM TEMPO – Violência no Ceará: O verdadeiro coronavírus.
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