sexta-feira, 24 de abril de 2020

Acusado de homicídios tem inocência comprovada e é solto após um ano preso no Ceará

Conforme um dos defensores que atuou no caso, na data de um dos homicídios foi comprovado que ele já estava preso pela falsa acusação do primeiro caso

CCPL, Casa de Privação Provisória de Liberdade — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução
CCPL, Casa de Privação Provisória de Liberdade

Foi quase um ano de prisão até que a Defensoria Pública do Ceará conseguisse comprovar a inocência de Cristiano Brito de Morais, conhecido como "Kiki". Na tarde desta quinta-feira (23), o vendedor de salgados saiu da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto (CPPL 3), em Itaitinga, na Grande Fortaleza, pela porta da frente, após ser mantido em cárcere acusado de dois crimes que não cometeu.
De acordo com o defensoria pública, durante todo o tempo da prisão, "Kiki" se dizia inocente. Mas como comprovar que ele não teve participação em nenhum dos dois homicídios pelos quais era alvo de processos que tramitavam na 2º Vara do Tribunal do Júri. A família de Cristiano procurou a Defensoria Pública, que passou a atender o caso.
"Em novembro de 2019 aconteceu o júri. Eram vários réus. Ele foi absolvido. Não havia nenhuma prova contra ele. As próprias testemunhas afirmaram no júri que não o reconheciam. Inocentado neste caso, ele continuou preso devido ao outro processo, na mesma Vara".

Prova de inocência - A Promotoria Pública analisou o segundo processo e percebeu que na data deste outro homicídio, Kiki já estava preso: "Pegamos a certidão na Secretaria da Administração Penitenciária mostrando que ele já estava preso e pedimos a extinção do processo".
Diante da prova, o Ministério Público do Ceará (MPCE) deu parecer favorável pela extinção. O juiz que acompanhava o caso decidiu pela inocência e expediu o alvará de soltura, cumprido nesta tarde.
A confusão que levou um inocente a ser mantido na prisão pode ser explicada porque, há a possibilidade de o nome do verdadeiro responsável pelos homicídios também ser Cristiano Brito de Morais.

Falhas no processo - "Tudo indica que eles são homônimos e que os crimes tenham sido cometidos por outro Cristiano, apelidado de Ratinho".

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