quarta-feira, 15 de abril de 2020

Em meio à pandemia do coronavírus, homicídios “explodem” no Ceará

Com a atualização dos índices de março, o estado já registra mais de 1,3 mil mortos

Em muitos dos crimes, as vítimas são torturadas antes da execução

Os números são catastróficos para a Segurança Pública no Ceará neste começo de 2020. Entre os dias 1º de janeiro e 14 de abril, nada menos que 1.301 assassinatos foram registrados no estado, incluindo neste somatório os Crimes Violentos, Letais e Intencionais/CVLIs (1.263), homicídios nas unidades do Sistema Penitenciário (1) e mortes por intervenção policial (37).
Nesta quarta-feira (15), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) atualizou no seu site o quantitativo oficial de assassinatos no Ceará em março. Foram 359 CVLIs, um homicídio em presídio e 10 óbitos de criminosos em confronto com a Polícia, totalizando 370 mortes.
Desse modo, o primeiro trimestre de 2020 no Ceará totalizou 1.109 assassinatos, com 1.083 CVLIs, uma morte em presídio e 25 óbitos por intervenção policial.
Mas, além dos 1.109 crimes do primeiro trimestre, em 14 dias de abril as autoridades já registraram 192 crimes de morte no estado, sendo 180 CVLIs e mais 12 óbitos de bandidos em tiroteios com policiais militares. Na soma dos três meses e 14 dias, chega-se ao número 1.301.

Trimestre violento - Os números revelam que, somente no primeiro trimestre de 2020, houve uma contundente aceleração ou “explosão” dos índices da criminalidade no estado, se comparados a período semelhante em 2019.  A elevação chegou a 87 por cento.
No primeiro trimestre de 2019, o Ceará registrou 593 mortes geradas pela criminalidade, sendo 545 CVLIs, 47 mortes por intervenção policial e uma morte no Sistema Penitenciário.
 Já no primeiro trimestre de 2020, os números são os seguintes: 1.083 CVLIs, uma morte em presídio e 25 mortes por intervenção das forças policiais, totalizando 1.109.

Greve e Carnaval - O “boom” dos assassinatos no Ceará neste ano, até agora, aconteceu no mês de fevereiro, período em que ocorreu a paralisação quase total dos serviços prestados à população pela Polícia Militar, diante da greve dos PMs por melhores salários.
O mês do Carnaval terminou com 466 mortes violentas no estado, sendo 459 homicídios, latrocínios, feminicídios e lesões corporais seguidas de óbito,  e mais sete mortes de criminosos em confronto com as forças da Segurança Pública.
Foi o mês de Carnaval (e de Pré-Carnaval também) mais sangrento de todos os tempos no Ceará.

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