'Fuminho' estava foragido há 21
anos e constava nas listas dos criminosos mais procurados do Ministério da
Justiça e da Interpol
'Fuminho' estava foragido havia
mais de 20 anos e foi encontrado em Moçambique
A Polícia Federal (PF) sugeriu que a Justiça Estadual do Ceará peça a
extradição de Gilberto Aparecido dos Santos, de 49 anos, às autoridades de
Moçambique, na África, onde ele está detido desde a última segunda-feira (13).
O preso, conhecido como 'Fuminho', é considerado o chefe de uma facção
criminosa que atua no Brasil e em outros países e, no Ceará, é acusado de
ordenar a morte de outros dois integrantes da alta cúpula do grupo.
'Fuminho' estava foragido há 21 anos e constava nas listas dos
criminosos mais procurados do Ministério da Justiça e da Interpol. Ele foi
encontrado em um hotel de Maputo, em Moçambique, em um megaoperação
internacional, que contou com a participação da PF, do Itamaraty, da Drug
Enforcement Administration (DEA) - do Departamento de Justiça dos Estados
Unidos - e do Departamento de Polícia de Moçambique.
Extradição - Um e-mail foi enviado pelo Departamento de
Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), da PF no
Ceará, para os juízes da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz (responsável pelo
processo do duplo homicídio), na última terça (14), com pedido de urgência para
a Justiça obter a "lista de documentos exigidos a fim de que possa
requerer formalmente a extradição ativa do foragido".
Questionada sobre a extradição, a Justiça Estadual respondeu apenas que
"dará ciência ao Ministério Público Estadual e à defesa. Em seguida, a
Unidade Judiciária analisará os autos e os requerimentos formulados".
O Ministério da Justiça informou que "o governo brasileiro está em
tratativas com autoridades de Moçambique, mas ainda não há prazo para nenhuma
ação". Ainda não há definição qual o destino de 'Fuminho' no Brasil: o
Ceará, onde existe um mandado de prisão em aberto contra ele ou um presídio
federal de segurança máxima, em outro estado.
O criminoso preso em Moçambique é considerado o braço direito de Marcos
William Herbas Camacho, o 'Marcola', que está detido no presídio federal de
Brasília. Segundo as investigações, 'Fuminho' era o responsável por distribuir
toneladas de cocaína do grupo criminoso para o Brasil, para os Estados Unidos e
para outros países.
'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram
mortos a tiros em uma emboscada preparada pela própria facção
Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de
Sousa, o 'Paca', foram alvos de uma emboscada, com uso de helicóptero, e mortos
a tiros em uma aldeia indígena de Aquiraz, na Grande Fortaleza, no dia 15 de
fevereiro de 2018.
Um bilhete, encontrado dias depois na Penitenciária Maurício Henrique
de Guimarães, a P2, em Presidente Venceslau, São Paulo, começou a desvendar o
crime misterioso.
O texto trazia a revelação feita aos presos por Wagner Ferreira da
Silva, o 'Cabelo Duro', de que 'Fuminho' tinha ordenado a morte dos antigos
comparsas, que "estavam roubando", referindo-se a um suposto desvio
de dinheiro da facção para uma vida de luxo que eles levavam no Ceará, com
imóveis e veículos valiosos.
Uma semana depois do duplo homicídio, 'Cabelo Duro' foi executado a
tiros em frente a um hotel em São Paulo. As investigações da Polícia Civil do
Ceará e do Ministério Público do Ceará (MPCE) apontaram que ele também
participou dos assassinatos de 'Gegê do Mangue' e 'Paca'.
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