quinta-feira, 16 de abril de 2020

Polícia Federal sugere que Justiça do Ceará peça extradição de chefe de facção criminosa preso em Moçambique

'Fuminho' estava foragido há 21 anos e constava nas listas dos criminosos mais procurados do Ministério da Justiça e da Interpol

'Fuminho' estava foragido havia mais de 20 anos e foi encontrado em Moçambique — Foto: Reprodução/TV Globo
'Fuminho' estava foragido havia mais de 20 anos e foi encontrado em Moçambique

A Polícia Federal (PF) sugeriu que a Justiça Estadual do Ceará peça a extradição de Gilberto Aparecido dos Santos, de 49 anos, às autoridades de Moçambique, na África, onde ele está detido desde a última segunda-feira (13). O preso, conhecido como 'Fuminho', é considerado o chefe de uma facção criminosa que atua no Brasil e em outros países e, no Ceará, é acusado de ordenar a morte de outros dois integrantes da alta cúpula do grupo.
'Fuminho' estava foragido há 21 anos e constava nas listas dos criminosos mais procurados do Ministério da Justiça e da Interpol. Ele foi encontrado em um hotel de Maputo, em Moçambique, em um megaoperação internacional, que contou com a participação da PF, do Itamaraty, da Drug Enforcement Administration (DEA) - do Departamento de Justiça dos Estados Unidos - e do Departamento de Polícia de Moçambique.

Extradição - Um e-mail foi enviado pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), da PF no Ceará, para os juízes da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz (responsável pelo processo do duplo homicídio), na última terça (14), com pedido de urgência para a Justiça obter a "lista de documentos exigidos a fim de que possa requerer formalmente a extradição ativa do foragido".
Questionada sobre a extradição, a Justiça Estadual respondeu apenas que "dará ciência ao Ministério Público Estadual e à defesa. Em seguida, a Unidade Judiciária analisará os autos e os requerimentos formulados".
O Ministério da Justiça informou que "o governo brasileiro está em tratativas com autoridades de Moçambique, mas ainda não há prazo para nenhuma ação". Ainda não há definição qual o destino de 'Fuminho' no Brasil: o Ceará, onde existe um mandado de prisão em aberto contra ele ou um presídio federal de segurança máxima, em outro estado.
O criminoso preso em Moçambique é considerado o braço direito de Marcos William Herbas Camacho, o 'Marcola', que está detido no presídio federal de Brasília. Segundo as investigações, 'Fuminho' era o responsável por distribuir toneladas de cocaína do grupo criminoso para o Brasil, para os Estados Unidos e para outros países.

'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram mortos a tiros em uma emboscada preparada pela própria facção. — Foto: Reprodução 
'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram mortos a tiros em uma emboscada preparada pela própria facção

Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca', foram alvos de uma emboscada, com uso de helicóptero, e mortos a tiros em uma aldeia indígena de Aquiraz, na Grande Fortaleza, no dia 15 de fevereiro de 2018.
Um bilhete, encontrado dias depois na Penitenciária Maurício Henrique de Guimarães, a P2, em Presidente Venceslau, São Paulo, começou a desvendar o crime misterioso.
O texto trazia a revelação feita aos presos por Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', de que 'Fuminho' tinha ordenado a morte dos antigos comparsas, que "estavam roubando", referindo-se a um suposto desvio de dinheiro da facção para uma vida de luxo que eles levavam no Ceará, com imóveis e veículos valiosos.
Uma semana depois do duplo homicídio, 'Cabelo Duro' foi executado a tiros em frente a um hotel em São Paulo. As investigações da Polícia Civil do Ceará e do Ministério Público do Ceará (MPCE) apontaram que ele também participou dos assassinatos de 'Gegê do Mangue' e 'Paca'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário