Além de ser responsável pelo
cadastro de integrantes da organização criminosa, Erineudo organizava rifas
para a facção
Erineudo dos Santos da Silva, conhecido como Marcolinha, e a
companheira dele, Bárbara Pereira do Nascimento, foram condenados,
respectivamente, a penas privativas de liberdade de 18 e 12 anos de reclusão. A
decisão é da 2ª Vara da Comarca de Boa Viagem.
A pena é referente a participação em organização criminosa e posse
ilegal de arma de fogo, tipificações do tráfico de drogas. A sentença é
relacionada a uma ação penal do Ministério Público do Estado (MPCE). Erineudo
Marcolinha realizava o chamado “Cadastro Geral” do PCC em Boa Viagem e
municípios vizinhos.
A denúncia do MPCE afirma que a materialidade do delito foi
integralmente comprovada por meio de Auto de Apresentação e Apreensão e do Laudo
Pericial e pela quantia de drogas apreendidas: 836 gramas de cocaína e 4,75
quilos de maconha. A autoria dos crimes dos sentenciados restou comprovada,
conforme pelos detalhes relatados pelos policiais militares que efetuaram a
prisão em flagrante, depois de denúncias anônimas acerca da rotina, local e
características do imóvel utilizado para o tráfico de drogas.
No imóvel foram encontradas drogas e armas. A cocaína estava
acondicionada num envelope e a maconha em tabletes grandes, tendo um já sido
aberto e com algumas partes fracionadas. Sobre a mesa do imóvel, foram
encontrados cadernos com anotações sobre a contabilidade da organização
criminosa na região de Boa Viagem e municípios vizinhos.
Bárbara Nascimento confirmou, aos policiais, que as anotações eram
cadernos de atividade da organização criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC), informando, inclusive, diversos detalhes sobre a venda de drogas por
eles realizada.
Erineudo Marcolinha confessou ter trazido a droga de São Paulo para
distribuir entre os traficantes da região. Pelas condições de apreensão da
droga, não ficaram demonstrados sinais de fracionamento em parcelas pequenas, o
que denotaria a comercialização no local. Ao contrário, as drogas estariam
armazenadas em grande volume, o que demonstra que os réus eram distribuidores,
e não varejistas.
Interrogado, Marcolinha confessou ser integrante do PCC, sendo deles os
cadernos apreendidos com a contabilidade das rifas da organização criminosa na
região. Ele preferiu não entrar em detalhes com temor pela sua vida e, apenas
informou que o valor da rifa era de R$ 70, a ser adquirida pelos integrantes do
PCC naquela região.
Erineudo Marcolinha informou, ainda, que se instalou em Boa Viagem em
2018, com a finalidade de tentar diminuir os altos índices de homicídio naquela
cidade, onde o crime era todo comandado pelo PCC. Sua função no organograma da
facção criminosa era cuidar das rifas, conforme indicado pelo material.
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