domingo, 26 de abril de 2020

Responsável por cadastros de facção é condenado pela Justiça em Boa Viagem

Além de ser responsável pelo cadastro de integrantes da organização criminosa, Erineudo organizava rifas para a facção

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Erineudo dos Santos da Silva, conhecido como Marcolinha, e a companheira dele, Bárbara Pereira do Nascimento, foram condenados, respectivamente, a penas privativas de liberdade de 18 e 12 anos de reclusão. A decisão é da 2ª Vara da Comarca de Boa Viagem.
A pena é referente a participação em organização criminosa e posse ilegal de arma de fogo, tipificações do tráfico de drogas. A sentença é relacionada a uma ação penal do Ministério Público do Estado (MPCE). Erineudo Marcolinha realizava o chamado “Cadastro Geral” do PCC em Boa Viagem e municípios vizinhos.
A denúncia do MPCE afirma que a materialidade do delito foi integralmente comprovada por meio de Auto de Apresentação e Apreensão e do Laudo Pericial e pela quantia de drogas apreendidas: 836 gramas de cocaína e 4,75 quilos de maconha. A autoria dos crimes dos sentenciados restou comprovada, conforme pelos detalhes relatados pelos policiais militares que efetuaram a prisão em flagrante, depois de denúncias anônimas acerca da rotina, local e características do imóvel utilizado para o tráfico de drogas.
No imóvel foram encontradas drogas e armas. A cocaína estava acondicionada num envelope e a maconha em tabletes grandes, tendo um já sido aberto e com algumas partes fracionadas. Sobre a mesa do imóvel, foram encontrados cadernos com anotações sobre a contabilidade da organização criminosa na região de Boa Viagem e municípios vizinhos.
Bárbara Nascimento confirmou, aos policiais, que as anotações eram cadernos de atividade da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), informando, inclusive, diversos detalhes sobre a venda de drogas por eles realizada.
Erineudo Marcolinha confessou ter trazido a droga de São Paulo para distribuir entre os traficantes da região. Pelas condições de apreensão da droga, não ficaram demonstrados sinais de fracionamento em parcelas pequenas, o que denotaria a comercialização no local. Ao contrário, as drogas estariam armazenadas em grande volume, o que demonstra que os réus eram distribuidores, e não varejistas.
Interrogado, Marcolinha confessou ser integrante do PCC, sendo deles os cadernos apreendidos com a contabilidade das rifas da organização criminosa na região. Ele preferiu não entrar em detalhes com temor pela sua vida e, apenas informou que o valor da rifa era de R$ 70, a ser adquirida pelos integrantes do PCC naquela região.
Erineudo Marcolinha informou, ainda, que se instalou em Boa Viagem em 2018, com a finalidade de tentar diminuir os altos índices de homicídio naquela cidade, onde o crime era todo comandado pelo PCC. Sua função no organograma da facção criminosa era cuidar das rifas, conforme indicado pelo material.

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