Os pequenos e médios
reservatórios receberam boa recarga neste ano, mas ainda é preciso esperar o
crescimento do pescado e há o impedimento de retorno às atividades por causa da
pandemia do coronavírus
Ainda há o impedimento de retorno
à atividade
Os pescadores artesanais da água doce – rios, açudes e lagoas, no
interior do Ceará – cerca de seis mil – estão recebendo a última de três
parcelas do seguro-defeso da piracema (fevereiro a abril) no valor de um
salário mínimo, cada.
O benefício neste ano ocorreu no tempo certo, diferentemente de
períodos anteriores quando houve atraso superior a seis meses. “Esse benefício
deu uma ajuda muito grande, foi o nosso socorro”, disse a presidente da Colônia
de Pescadores (Z41), de Iguatu, Neide França.
Apesar do fim do período de defeso que vigorou até 30 de abril, a
partir deste mês, os pescadores ainda não podem voltar ao trabalho. Há o
impedimento por causa da pandemia e a falta de espaço de comercialização.
“Não há para quem vender, feiras e mercados estão fechados e a maioria
do pescado nos açudes que receberam água nova ainda está pequeno. É preciso
esperar mais dois meses para atingir o tamanho comercial”, disse o coordenador
do grupo de pescadores da localidade de Barrocas, na bacia do açude Orós,
Evanilson Saraiva.
De acordo com Evanilson Saraiva, a partir de junho se não vier socorro
aos pescadores a crise vai bater à porta novamente da categoria que sofre com a
seca nos açudes nos últimos anos.
No primeiro semestre deste ano, o governo do Estado distribuiu alevinos
em açudes públicos e comunitários. O objetivo foi reforçar a segurança alimentar
das comunidades ribeirinhas.
Evanilson Saraiva lamentou o veto dado pelo presidente da República ao
projeto de lei que previa pagamento de auxílio emergencial aos agricultores de
base familiar e aos pescadores artesanais. “Esperamos que o Congresso derrube
este veto porque a categoria é sofrida e necessita desse apoio”.
Peixamento - A Secretaria de Desenvolvimento Agrário
(SDA) ampliou neste ano o programa de peixamento de açudes públicos (municipais
e estaduais) e comunitários no interior cearense com a distribuição total de
5,5 milhões de alevinos em mais de mil reservatórios, beneficiando 60 mil
famílias que moram próximas a açudes. A SDA prevê produção de pescado estimada
em 1.200 toneladas de pescado.
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