domingo, 17 de maio de 2020

Os açudes ainda não estão bom para peixe e pescadores concluem recebimento do seguro-defeso

Os pequenos e médios reservatórios receberam boa recarga neste ano, mas ainda é preciso esperar o crescimento do pescado e há o impedimento de retorno às atividades por causa da pandemia do coronavírus

Ainda há o impedimento de retorno à atividade

Os pescadores artesanais da água doce – rios, açudes e lagoas, no interior do Ceará – cerca de seis mil – estão recebendo a última de três parcelas do seguro-defeso da piracema (fevereiro a abril) no valor de um salário mínimo, cada.
O benefício neste ano ocorreu no tempo certo, diferentemente de períodos anteriores quando houve atraso superior a seis meses. “Esse benefício deu uma ajuda muito grande, foi o nosso socorro”, disse a presidente da Colônia de Pescadores (Z41), de Iguatu, Neide França.
Apesar do fim do período de defeso que vigorou até 30 de abril, a partir deste mês, os pescadores ainda não podem voltar ao trabalho. Há o impedimento por causa da pandemia e a falta de espaço de comercialização.
“Não há para quem vender, feiras e mercados estão fechados e a maioria do pescado nos açudes que receberam água nova ainda está pequeno. É preciso esperar mais dois meses para atingir o tamanho comercial”, disse o coordenador do grupo de pescadores da localidade de Barrocas, na bacia do açude Orós, Evanilson Saraiva.
De acordo com Evanilson Saraiva, a partir de junho se não vier socorro aos pescadores a crise vai bater à porta novamente da categoria que sofre com a seca nos açudes nos últimos anos.
No primeiro semestre deste ano, o governo do Estado distribuiu alevinos em açudes públicos e comunitários. O objetivo foi reforçar a segurança alimentar das comunidades ribeirinhas.
Evanilson Saraiva lamentou o veto dado pelo presidente da República ao projeto de lei que previa pagamento de auxílio emergencial aos agricultores de base familiar e aos pescadores artesanais. “Esperamos que o Congresso derrube este veto porque a categoria é sofrida e necessita desse apoio”.

Peixamento - A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) ampliou neste ano o programa de peixamento de açudes públicos (municipais e estaduais) e comunitários no interior cearense com a distribuição total de 5,5 milhões de alevinos em mais de mil reservatórios, beneficiando 60 mil famílias que moram próximas a açudes. A SDA prevê produção de pescado estimada em 1.200 toneladas de pescado.

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