Os policiais foram afastados das
ruas e são investigados pelo Ministério Público e pela Controladoria
Quatro policiais militares do Comando de Rondas de Ações Intensivas e
Ostensivas (CPRaio) foram afastados das funções e alvos de uma operação
conjunta do Ministério Público Estadual (MPE) e da Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário do Ceará
(CGD). Contra eles pesa a suspeita de terem assassinado um jovem inocente, sem
envolvimento em crimes.
O assassinato do jovem identificado como Carlos Alberto Ferreira da
Silva, que tinha 23 anos, aconteceu no dia 4 de maio último, na cidade de
Guaraciaba do Norte, durante uma abordagem dos policiais do CPRaio. Atingido
por vários tiros disparados pelos “raianos”, o rapaz morreu após ser socorrido
para o hospital.
O caso, a princípio considerado como mais uma morte decorrente de
intervenção policial, como classifica a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS), teve uma reviravolta quando o Ministério Público,
através da Promotoria Criminal da Comarca de Guaraciaba do Norte passou a
investigar, recebendo denúncias de abuso de autoridade por parte dos PMs.
Armas e celulares - Na última quarta-feira (10), agentes da
Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da CGD, em conjunto com membros do Núcleo
de Investigação Criminal (NUIC) da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do
Ceará (PGJ-CE), realizaram uma operação na cidade de Guaraciaba do Norte para o
cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão nas residências dos PMs
suspeitos.
Durante as buscas, foram apreendidos os telefones celulares e as armas
dos quatro PMs, que também foram comunicados de seus afastamentos das funções.
As armas apreendidas serão encaminhadas à Perícia Forense do Estado do
Ceará (Pefoce) para exames de comparação balística com os projéteis das balas
retiradas do corpo da vítima durante o exame de necropsia. A perícia vai
indicar de quais armas partiram os tiros que mataram o jovem. Já os celulares
terão ligações rastreadas, identificadas e degravadas também pela Pefoce e pelo
MP, com a quebra judicial do sigilo telefônico dos investigados.
O caso agora segue em investigação conjunta entre a CGD e o Ministério
Público. Os nomes dos PMs não foram divulgados pelas autoridades.
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