quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Ceará não está na lista dos estados brasileiros onde a Polícia mais mata

De janeiro a agosto, 112 suspeitos de crimes morreram durante intervenção policial

 

Os confrontos da Polícia com bandidos têm se tornado cada vez mais comuns nas ruas da Capital cearense

Apesar de dominado por três facções criminosas e de registrar neste ano um alto índice de assassinatos que já beira em três mil mortes, o Ceará não figura entre os estados brasileiros com maior incidência de óbitos por intervenção policial. Esta é a constatação em comparação aos demais estados brasileiros.  Em sete meses deste ano, 3.148 pessoas foram mortas pela Polícia no país e os estados com maiores índices deste tipo de ocorrência são, pela ordem:  Amapá, Rio de Janeiro, Sergipe ,Bahia e Pará.
Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Monitor da Violência. De acordo com os dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, entre janeiro e julho deste ano, o Ceará registrou 104 mortes por intervenção policial, isto é, suspeitos de crimes que tombaram em troca de tiros com policiais civis, militares e penais em serviço. Já no mês de agosto passado, foram contabilizados mais oito óbitos da espécie.
Entre janeiro e agosto deste ano, 112 pessoas morreram em confronto com a Polícia no Ceará, enquanto no ano passado, em igual período, este número ficou em 102, o que representa um aumento da ordem de 9,8 por cento na comparação entre os dois anos.
Neste ano, o mês que apresentou o maior número de mortes de suspeitos de crime em confronto com policiais no estado foi, até agora, abril, com 35 óbitos. A menor taxa aconteceu em fevereiro, apenas sete, o que coincide com o período em que ocorreu a greve na Polícia Militar e as ruas das cidades ficaram sem policiamento. Contraditoriamente a isto, o número de assassinatos e latrocínios bateu recorde.
Em três anos do segundo mandato da atual gestão do governo estadual, o Ceará já registrou 316 mortes por intervenção policial, numa média de 10 por mês, ou uma a cada 72 horas (três dias).  O número é considerado pelas autoridades baixo, mesmo sendo o estado palco do avanço sem freios das facções criminosas.  Até o fim de 2020, o Ceará deve contabilizar cerca de 4 mil assassinatos. A velocidade do aumento dos crimes de morte é reflexo dos confrontos diários entre as facções e das execuções sumárias sem trégua 

Agentes mortos - Entre janeiro e agosto deste ano, 13 agentes da Segurança Pública foram assassinados no Ceará. No ano passado, em igual período, foram apenas quatro, o que representa um aumento da ordem de 225 por cento.
Entre janeiro e agosto deste ano, foram assassinados no Ceará, oito policiais militares (PMs), três policiais penais (agentes penitenciários), um inspetor da Polícia Civil e um guarda municipal.

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