Cada preso que entra no presídio é obrigado a declarar à qual facção pertence
Contrariando as determinações da Secretaria da Administração
Penitenciária (SAP), a direção da Penitenciária Industrial Regional de Sobral
(PIRS) está separando os presos de acordo com a facção à qual pertence. Os
presos que ali chegam são obrigados a assinar uma declaração em que revelam a
que organização criminosa pertence.
A ordem da direção do Presídio de Sobral vai na contramão ao que foi
amplamente divulgado pelo secretário da Administração Penitenciária do Ceará,
Luís Mauro Albuquerque quando ele chegou ao Ceará para assumir o cargo à
convite do governador do estado, Camilo Santana (PT). Segundo ele, os presos teriam se adequar às
novas medidas disciplinares e uma delas era a não separação por facção dentro
das cadeias.
A separação, na interpretação de Albuquerque, fazia as cadeias acabarem
se transformando em verdadeiros “guetos” de bandidos das facções, onde eles
estariam à vontade sabendo que ali só estariam aliados e seus “chefões”,
transformando os presídios em redutos de cada uma das facções que atuam no
estado e travam uma guerra sangrenta por território.
Ao ser nomeado, Mauro Albuquerque
disse ao governador Camilo: “Não reconheço facção”
“Não reconheço” - “Eu não reconheço facção. O Estado não
deve reconhecer facção. A lei não reconhece facção”, respondeu Mauro durante
cerimônia de posse dos secretários de Estado no Palácio da Abolição. “O preso
está sob a tutela do Estado. Quem manda é o Estado”, acrescentou na ocasião.
No entanto, em Sobral, cada preso que ingressa na penitenciária é
obrigado a assinar o termo declarando de qual facção pertence para, em seguida,
se colocado nas celas ou pavilhões onde
estão seus aliados do crime.
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