Pelo menos cinco procedimentos, incluindo modificação no nariz e orelhas, foram feitos pelo suspeito
O foragido do Estado do Amazonas, identificado como Lenon Oliveira do
Carmo, de 39 anos, preso no Ceará no último sábado (17), gastou cerca de R$ 30
mil em procedimentos cirúrgicos para mudar a própria aparência. O suspeito
teria modificado o nariz, orelhas e, ainda, realizado uma harmonização facial.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM),
além da cirurgia no nariz, orelhas e da harmonização facial, Lenon Oliveira
fez, também, procedimentos na boca e uma modificação em uma tatuagem. As
intervenções teriam acontecido em 2019, no Ceará, estado onde o suspeito estava
foragido.
Conforme a SSP-AM, Lenon Oliveira utilizava uma identidade falsa para
conseguir fazer os procedimentos, se identificando como Aylon Soares Cardoso. O
Órgão informou ainda que o foragido ostentava uma vida de luxo no Ceará
financiada pelo tráfico de drogas e vendas de terrenos obtidos a partir de
invasões em Manaus. O repasse dos recursos era feito por meio de 'laranjas'.
Prisão em casa de alto padrão no
Ceará - Apesar do disfarce, Lenon
foi preso em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A captura
dele aconteceu enquanto o foragido visitava sua nova moradia, uma casa de alto
padrão localizada a poucos metros da Praia do Icaraí.
Antes de ser preso no Ceará, Lenon Oliveira já havia mudado de
identidade, passando a se chamar Aylon Soares Cardoso. Ele estava foragido
desde 2018, quando o suspeito foi transferido do sistema prisional do estado
amazonense para uma unidade em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ao retornar para o Amazonas, contudo, o foragido obteve da Justiça o
direito à prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Após destruir
o equipamento, ele fugiu do Estado.
Crimes atribuídos ao suspeito - Com um extenso histórico criminal, Lenon é
apontado como um dos participantes do massacre que aconteceu em janeiro de
2017, no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj), localizado em Manaus.
Na matança, 56 detentos foram brutalmente assassinados.
Conforme a SSP-AM, além de já ter sido preso por tráfico de drogas,
associação para o tráfico, homicídios e por crimes ambientais, Lenon Oliveira
comandava, ainda, invasões de terras em Manaus. Em uma das empreitadas, um
local foi invadido e, nele, foi criado um clube de lazer para traficantes, onde
o foragido chegou a desviar o curso de um rio para ter um próprio balneário
natural.
A Polícia daquele Estado suspeita que o clube serviria como uma espécie
de "bunker", onde os criminosos montariam estratégias para o
planejamento de fugas de traficantes presos em regime fechado no sistema
prisional.
Líder de milícia no Amazonas - Conforme a SSP-AM, Lenon é apontado como
autor de vários homicídios relacionados ao tráfico de drogas, que aconteceram
em Manaus, capital do Estado do Amazonas. Respondendo a uma série de processos
que, juntos, somam uma pena de mais de 60 anos de prisão em condenações, o
foragido liderava uma milícia armada responsável pela venda de entorpecentes.
O foragido comandava o tráfico de drogas em diversos bairros da capital
amazonense. Ele fazia o transporte dos entorpecentes por meio das orlas
fluviais da cidade.
Segundo ainda a Pasta, Lenon era integrante de uma facção criminosa que
atuava no Amazonas, porém, há cerca de dois anos, mudou de grupo criminoso,
passando a fazer parte de uma organização de origem do Rio de Janeiro, na qual
ocupava um posto de comando.
O foragido era considerado uma espécie de executivo do presidiário
Gelson Carnaúba, conhecido como "Mano G", chefe do grupo criminoso
oriundo do Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário