Dois trabalhadores foram mortos a tiros quando era feitos reféns por assaltantes em Chorozinho
O veículo onde estavam
dois reféns que terminaram mortos e dois suspeitos de um roubo, que trocaram
tiros com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município de Chorozinho, no
Ceará, foi retirado do local pela própria PRF antes da perícia chegar. A
informação foi confirmada por um policial que participou da ação, em depoimento
à Polícia Federal (PF).
O tiroteio aconteceu na
manhã do último dia 19 de outubro. Alexandre de Souza Santiago e Clodevaldo
Pacheco, funcionários de uma fábrica do ramo alimentício localizada na Grande
Fortaleza, foram baleados e levados ao hospital, onde morreram.
Um policial rodoviário
federal que participou da ação diz que não sabe quem deu o comando para que o
veículo Volkswagen Gol, de cor prata, roubado e com as placas adulteradas,
fosse retirado do local antes da perícia. A remoção foi feita por um guincho
que presta serviço à PRF.
Segundo o agente de
segurança, foi comentado no local que, como os feridos já tinham sido
socorridos e o carro era roubado, seria necessário a remoção do automóvel, e
sequer foi cogitado acionar peritos forenses.
O veículo seria levado
para a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Ceará (PCCE),
que investigava os criminosos. Mas, por envolver a PRF, o carro e os outros
bens apreendidos terminaram sendo transportados para a sede da PF.
Questionada sobre a
remoção do carro, a Polícia Rodoviária Federal não se manifestou até a
publicação desta matéria.
Armas de fogo - A composição da PRF
que participou da ação tinha três policiais, dos quais dois nunca tinham
participado de uma troca de tiros, segundo os depoimentos prestados à PF. Um
desses "estreantes" utilizou um fuzil na ação, apesar de também estar
na posse de uma pistola.
Enquanto o agente que
já tinha se envolvido em um tiroteio usou a única arma que tinha, uma pistola.
O terceiro servidor conduzia a viatura e disse que não efetuou disparos.
Os suspeitos presos e
baleados na ação foram identificados como Leandro Silva do Nascimento e Edson
da Silva Nascimento. No dia seguinte, a Justiça Federal converteu a prisão em
flagrante dos dois homens em prisão preventiva.
Conforme as
investigações, eles são suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de cargas
na Grande Fortaleza, que teria subtraído alimentos de um veículo da empresa do
ramo alimentício e feito reféns os dois funcionários.
Leandro já respondia
por homicídio, posse ilegal de arma de fogo e corrupção de menor. Já Edson teve
que ficar hospitalizado após o tiroteio. A dupla foi autuada, desta vez, pelos
crimes de tentativa de homicídio, resistência, roubo, receptação e porte ilegal
de arma de fogo de uso permitido.
Com a dupla, foram
apreendidos um revólver calibre 38, o veículo e três aparelhos celulares, que a
Polícia suspeita serem frutos de roubos. Há uma inconsistência no registro da
ocorrência, entretanto. Também teriam sido apreendidas cinco munições com os
suspeitos, mas os policiais registraram três munições deflagradas e outras três
intactas.
O fuzil e as duas
pistolas da PRF e o revólver que estava na posse dos suspeitos irão passar por
perícia para identificar de onde partiram os tiros que mataram Alexandre e
Clodevaldo.
Em depoimento, Leandro
Nascimento negou que tenha atirado sequer contra a composição policial. Já os
policiais garantem que reagiram a uma "injusta agressão".
Nenhum comentário:
Postar um comentário