quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Um ano após assassinato de modelo no Ceará, marido e comparsa não foram a julgamento

 Lucilene da Silva Monteiro, 38 anos, foi estrangulada pelo marido com o cinto de segurança do carro - Francisco Hélio Batista foi preso, mas ainda aguarda julgamento

Maria Lucilene foi assassinada pelo ex, que segue sem julgamento um ano após o crime

O assassinato da modelo Lucilene da Silva Monteiro, 38 anos, completou um ano neste mês de outubro, e os suspeitos, o próprio marido da vítima, Francisco Hélio Batista, 48 anos, e um amigo dele, Antônio Vanderlei Ferreira de Lima, 46 anos, ainda não foram julgados. O corpo da vítima foi encontrado em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza, e o companheiro da modelo confessou ter matado a mulher enforcada com o cinto de segurança do carro, por ciúmes.
Ele e o amigo foram presos por ocultação de cadáver dias após o crime. Além disso, Hélio Batista responde por feminicídio. O comparsa dele acabou sendo liberado, pela Justiça, poucos dias depois, e cumpre pena em domicílio.

Assassinato e ocultação de cadáver - Lucilene foi morta no dia 15 de outubro de 2019, estrangulada com cinto de segurança do carro, pelo próprio marido. A última aparição da vítima foi flagrada por câmeras do circuito interno do prédio onde ela vivia com o marido e a filha do casal.
As imagens mostram Lucilene saindo do prédio acompanhada do marido. Ela estava com roupas de dormir. Foi o último registro da modelo com vida. Horas depois, as câmeras mostram que o marido voltou sozinho para casa.
As investigações policiais mostraram que Hélio Batista saiu do Bairro Serrinha, em Fortaleza, com a vítima, e foi em direção ao Bairro Barra do Ceará. Em seguida, para Iparana, em Caucaia, na Região Metropolitana, onde matou a mulher.
O crime aconteceu dentro do carro. Para a polícia, Hélio Batista contou que o telefone de Lucilene tocou e ela não atendeu. Foi quando se iniciou uma discussão entre os dois. O marido chegou a agredir o rosto da mulher, até que ela pediu para parar o carro, tentou fugir, mas não conseguiu.
Depois de matar a mulher, o suspeito se deslocou para Maracanaú para buscar ajuda do comparsa, seguindo depois para Aquiraz, onde os dois ocultaram o corpo. Ele ainda retornou a Maracanaú e só depois voltou pra casa. Tudo foi feito em quatro horas e meia, informou a polícia.
Os dois suspeitos ainda foram vistos em um posto de combustíveis, enquanto abasteciam o carro. Câmeras de segurança do posto também mostraram os homens lavando as mãos.
Após o crime, os familiares de Lucilene não conseguiram mais contato com Hélio Batista, que fugiu para o Rio Grande do Norte, e acionaram a polícia. O corpo da vítima foi encontrado no dia 19 de outubro.

Relacionamento abusivo - A polícia descobriu, por meio de depoimentos de amigos e familiares, que o marido de Lucilene praticou violência doméstica contra ela anos antes do assassinato. Os dois eram casados há 13 anos, e, por meio de áudios da vítima divulgados, também ficou claro que ela vivia um relacionamento abusivo.
Em um dos áudios, Lucilene chama Hélio Batista de “psicopata” e diz que ele a ameaçava. Noutro, enviado pela modelo ao suspeito, ela pede que os dois sejam amigos e diz “não dá mais, por favor, me entende”.
O marido já possuía antecedentes criminais por violência doméstica familiar. 

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