O suspeito trabalhava como motorista de aplicativo e enviou mensagens para a família da vítima fingindo ser membro de uma facção criminosa
O namorado da universitária que foi morta carbonizada em Chorozinho,
Região Metropolitana de Fortaleza, forjou o sequestro da jovem. Ele enviou
mensagem para a família dela fingindo ser integrante de uma facção criminosa e
pediu R$ 20 mil de resgate para "liberá-la".
A Polícia Civil conseguiu rastrear as ligações recebidas pela vítima no
dia em que ela desapareceu, na última quarta-feira (13), no bairro José Walter.
Assim, os agentes o encontraram em Pacajus e descobriram que os dois namoravam.
Na ocasião, ele estava com o aparelho celular da vítima.
Motivação do crime - Maria
Efigênia Soares, 28, estava grávida de seis semanas de Wando. Ele, por não aceitar
a gestação, premeditou o crime. As investigações apontam que o homem trafegou
cerca de 50 quilômetros com o corpo da vítima no carro, até abandoná-lo às
margens da BR-116.
"Ele marcou um encontro com ela. Nesse local, eles tiveram
relações sexuais. Esse crime foi premeditado, porque no banco traseiro do
veículo já tinha um tapete e ele passou a asfixiá-la. Matou, enrolou no tapete,
colocou no banco traseiro, foi ao posto de gasolina, comprou cinco litros do
combustível, levou essa moça às margens da BR-116, dispensou o corpo e ateou fogo
nesse corpo".
A mãe da jovem declarou que Wando matou Efigênia porque ele não
aceitava a gravidez. Em depoimento, o motorista de aplicativo negou a motivação
e informou que esteve com a vítima no dia do desaparecimento, mas a deixou em
uma casa no bairro Planalto Ayrton Senna. Ele foi autuado por homicídio com
qualificadores de motivo torpe, meio da morte por asfixia, impossibilidade de
defesa da vítima e femicídio, além de ocultação de cadáver.
Desaparecimento - De acordo com a mãe da vítima, Jaqueline Santana, a filha saiu da casa
da família, no José Walter, em Fortaleza, na quarta-feira (14), informando que
iria a um supermercado, e não foi mais vista. ''Ela chegou da clínica onde
fazia estágio, disse que ia para o mercantil. Ele (suspeito) mandou mensagem
para o pai dela dizendo que ela tinha sido sequestrada".
Também segundo a mãe da vítima, a família não sabia do namoro dos dois.
"Aconteceu que ela tava com esse relacionamento, aí, estava saindo com
esse rapaz, que vinha várias vezes aqui, e eu perguntava, e ela dizia que era
amigo. Ela engravidou, e ele não queria. Ele deu um de Deus; foi lá e matou.
Ele acha que pode ser maior que Deus, e ninguém pode".
A família soube da morte da estudante de Fisioterapia pela Divisão
Anti-Sequestro (DAS), que investigava o desaparecimento da universitária.
"Eu tava triste, mas, ao mesmo tempo, estava acreditando em Deus. Quando
foi de tardezinha, entrando pela noite, o delegado me deu a notícia que o cara
que tava com ela havia matado. Ele (suspeito) quis dizer que ela tava envolvida
em coisa errada, ele quis induzir as pessoas a acreditarem que ela estava
envolvida em coisa errada", relata a mãe da universitária.
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