A probabilidade de agravamento da crise hídrica
desanima moradores - Em Cedro, comunidades rurais dependem de ações públicas
para ter acesso à água
"A peleja vai
continuar". O desabafo da agricultora Sandra Batista, 39, moradora da
comunidade Recanto do Odilon, na zona rural do Cedro, ecoa pelo Sertão
cearense. A localidade onde ela vive está situada no Centro-Sul, uma das zonas
mais críticas do Estado, cujo acesso a água é reduzido. Na última quarta (20),
quando a Funceme anunciou probabilidade de 50% de chuvas abaixo da média nos
próximos três meses, muitos se perguntaram: "E agora?" Essa indagação
foi feita por Sandra.
Ela conta que há anos
"sobrevive graças a água de cisterna e carros-pipas". Nos últimos
dois anos, rememora a sertaneja, "a chuva até que foi boa, mas a terra
estava muito seca, foram muitos anos de estiagem". Desta forma, a equação
não bateu. Até choveu, mas não foi o suficiente para garantir recarga em parte
dos açudes cearenses.
O Município integra a
lista das cidades cujo governo Federal reconheceu situação de emergência, por
decorrência da seca. Além de Cedro, estão Deputado Irapuan Pinheiro, Itapajé,
Jaguaretama, Madalena, Milhã, Mombaça, Monsenhor Tabosa, Parambu, Quixeramobim
e Solonópole.
Todos eles estão em
regiões "em que as chuvas devem continuar bem escassas".
Essas onze cidades
terão acesso a recursos federais para ações de socorro, assistência e
restabelecimento de serviços essenciais. O apoio, por meio do Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), é complementar à atuação dos governos estaduais
e municipais.
Crise hídrica - Além das cidades com situação de emergência declarada, há aquelas que enfrentam crise de abastecimento urbano. Segundo o último levantamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), realizado em setembro do ano passado, eram seis cidades nesta situação: Choró, Caridade, Mulungu, Salitre, Pedra Branca e Monsenhor Tabosa, única que está inclusa nas duas listas.
Baixa recarga - Pedra Branca e Monsenhor Tabosa têm uma das situações mais complicadas do Ceará. O Açude Trapiá, no primeiro município, acumula apenas 1,1%. Em Monsenhor Tabosa, o açude de mesmo nome permanece seco. A cidade com aproximadamente 17 mil habitantes tem sido abastecida por cerca de 30 poços profundos perfurados pelo governo do Estado nos últimos três anos.
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