Em apenas quatro meses, de setembro de 2020, até o dia da ligação com o chefe da quadrilha, aconteceram pelo menos sete atentados e o assassinato de cinco policiais penais
Vicente Neto, tenente-coronel da Polícia Militar do alto escalão do
governo do Pará, e Léo 41, um líder de facção criminosa do Rio de Janeiro,
conversam por telefone sobre possíveis acordos para encerrar uma série de
atentados contra policiais no Pará.
O tenente-coronel falou com o líder da facção, por telefone, de dentro
de uma cela do Centro de Recuperação penitenciária, a partir de outros membros
da quadrilha.
O Pará vive uma guerra entre criminosos e policiais que trabalham nas
cadeias do estado, os chamados ‘policiais penais’, uma categoria que passou a
existir no estado em 2019. Em apenas quatro meses, de setembro de 2020, até o
dia da ligação com o chefe da quadrilha, aconteceram pelo menos sete atentados
e o assassinato de cinco policiais penais.
Vicente Neto, que também é comandante do Cope, o Comando de operações
Penitenciárias negocia com o bandido: ‘A gente está providenciando os colchões
e a questão do banho de sol, porque isso é garantia que a gente vai conversar
com o diretor”, diz o policial no telefonema.
A negociação continua e Léo 41 reclama que os presos costumam ser
agredidos. Vicente afirma que exonerou um diretor e faz promessa ao chefe da
quadrilha: “Papo de homem aqui. Se chegar no nosso conhecimento, de imediato,
vamos tomar as medidas cabíveis para com o servidor. Não tem espancamento, eu
não preciso estar entrando na cela, torturando”.
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