A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) abriu investigações contra 23
policiais militares suspeitos de transgressões disciplinares. Entre os PMs,
estão dois agentes suspeitos de estupro contra uma menor de idade e outros
quatro militares denunciados por tortura contra jovens presos.
A abertura das investigações disciplinares foi
publicada em portarias, no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira
(30). Conforme a portaria que instaurou um Processo Administrativo Disciplinar
(PAD), dois soldados da Polícia Militar do Ceará (PMCE) teriam se aproximado de
uma menor de idade (de idade não revelada) nas dependências da Delegacia da
Criança e do Adolescente (DCA), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), em Fortaleza,
em setembro de 2019.
Após troca de contatos de rede social, os dois PMs
teriam ido à residência da vítima e um deles teria praticado ato libidinoso com
ela, na companhia do colega de farda.
Depois, um dos agentes de segurança ainda teria levado
a vítima a um motel no bairro Parangaba. O caso também é investigado pela
Polícia Civil.
Outros quatro policiais militares – um sargento e
três soldados – são alvos de um Conselho de Disciplina. Conforme a CGD, a
composição policial é suspeita de torturar três jovens presos em Cascavel, no
dia 22 de novembro de 2018. As informações foram repassadas pelo Núcleo de
Investigação Criminal (Nuinc), do Ministério Público do Ceará (MPCE).
Violência contra a mulher - Dois policiais militares suspeitos de
violência contra a mulher também passaram a ser investigados pela Controladoria
Geral de Disciplina. Foi aberto um Conselho de Justificação contra um tenente
da Reserva Remunerada da Polícia Militar que teria mandado matar a própria
esposa.
O policial militar de 53 anos foi preso em
flagrante no dia 29 de julho do ano passado, dois dias após a tentativa de
homicídio contra a mulher de 31 anos, no Município de Baturité. O suposto
mandante do crime chegou a levar a vítima baleada para o Instituto Doutor José
Frota (IJF). Dois homens foram contratados para cometer o homicídio e ainda
receberam indicações sobre a melhor oportunidade, segundo a publicação da CGD.
Já um cabo da Polícia Militar irá responder a um
Conselho de Disciplina. Ele é suspeito de ameaçar de morte, com emprego de arma
de fogo, a ex-esposa, no dia 18 de fevereiro de 2020, em Caucaia, Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Conforme as investigações da Polícia Civil, o
servidor público foi casado com a mulher entre 2013 e 2019 e não aceitava o
término do relacionamento.
Participação no motim
- A CGD também abriu duas investigações contra PMs suspeitos de participação no
motim da Polícia Militar de fevereiro de 2020. Uma Sindicância Administrativa
tem como alvos oito policiais – um tenente-coronel, um tenente, um subtenente,
um sargento e quatro soldados – que teriam se amotinado no 18º Batalhão de
Polícia Militar (BPM), no bairro Antônio Bezerra, na Capital.
O grupo foi denunciado pela Promotoria de Justiça
Militar e Controle Externo da Atividade Policial Militar, do MPCE, pelos crimes
de omissão de lealdade militar, de eficiência da força, desobediência,
descumprimento de missão, atentado contra viatura, prevaricação e inobservância
de lei, regulamento ou instrução.
Outros dois soldados da PMCE serão investigados em
outra Sindicância Administrativa. Os PMs, que atuavam no Motopatrulhamento na
Pajuçara, em Maracanaú, na Grande Fortaleza, ao ser cercados por supostos
policiais amotinados que exigiram a entrega das chaves das motocicletas, teriam
deixado as chaves na ignição e facilitado a ação do grupo.
As outras investigações administrativas foram
abertas pela Controladoria para apurar a conduta de três PMs por agressões
físicas em uma abordagem; de um policial militar que efetuou dois tiros contra
um homem em uma briga de trânsito; e de outro agente de segurança por ter se
desentendido com uma mulher.
Fonte - Diário do Nordeste
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