Aurélio Maia, 26 anos, viu na educação um caminho para a
liberdade - O jovem passou quatro anos recluso, foi aprovado em ciências
sociais na Universidade Federal do Ceará e em física no IFCE - Agora está em
regime domiciliar
Os ensinamentos do educador Paulo Freire inspiraram a mudança na vida
de Aurélio Maia, 26 anos, aprovado em duas faculdades do Ceará enquanto estava
preso. O jovem passou ao regime domiciliar em junho deste ano, após ser
aprovado no curso de licenciatura em ciências sociais, da Universidade Federal
do Ceará (UFC); e posteriormente, na licenciatura em física, do Instituto
Federal do Ceará (IFCE).
“Costumo sempre citar o nome de um grande pedagogo: Paulo Freire. Ele
disse que ‘estudar é um ato revolucionário’. Estudar é a maior arma que se tem
contra o sistema. A minha maior alternativa para a minha liberdade, para que eu
pudesse me reinserir na sociedade, foi estudar. Então, é um conselho que eu
deixo: estudar é a melhor saída. Estudar, além de revolucionário, é
libertador”, diz Aurelio.
Aurélio foi condenado em 2017 a uma pena de 17 anos e oito meses pelo
crime de roubo, previsto no artigo 157 do Código Penal, mas nos quatro anos que
passou detido encontrou na educação um caminho para a liberdade.
As notas do Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) de 2020
permitiram a entrada na universidade. Depois de ser aprovado na UFC, ele teve
de optar por física por causa de uma oferta de emprego. Ele vai começar o curso
no IFCE no próximo semestre.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Aurélio
passou por uma seleção na Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do
Egresso da pasta e foi selecionado para uma vaga de auxiliar administrativo,
sendo encaminhado um pedido ao fórum para a efetivação da contratação.
O jovem comemora a oportunidade de seguir um novo caminho, sem esquecer
as lições dos momentos difíceis antes das aprovações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário