Até a noite dessa quarta-feira nenhum acusado havia comparecido para receber tornozeleira eletrônica
As
determinações da Justiça do Ceará de afastar das funções duas delegadas e mais
24 policiais civis e monitorá-los com tornozeleira eletrônica ainda não foram
cumpridas. Nesta quarta-feira (29), o gabinete do delegado-geral da Polícia
Civil do Ceará emitiu ofício solicitando ao Judiciário prorrogação de prazo
para cumprimento da medida.
No documento,
a PCCE alega que é grande a quantidade de servidores a serem notificados pelo
Departamento de Gestão de Pessoas do órgão. O gabinete afirmou ter cumprido até
então a determinação quanto ao cancelamento de senhas e logins de acesso dos
denunciados nos computadores, redes e sistemas vinculados à Polícia Civil. Não
há informação ao certo de quantos servidores foram afastados até então.
Quanto a parte da decisão do juiz de monitorar todos os acusados com
tornozeleira eletrônica, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP)
informou que os denunciados, até a tarde desta quarta, não compareceram à
Central de Monitoramento da Pasta para receberem o sistema.
DENTRO DO PRAZO - No entanto, os
acusados estão dentro do prazo para se apresentarem espontaneamente, já que por
decisão da Justiça cada um deles tem até três dias após receber a intimação
formalmente.
O grupo de policiais e mais seis pessoas são réus por crimes, como:
associação criminosa, tortura, extorsão, corrupção, peculato, prevaricação,
fraude processual e tráfico de drogas. A denúncia contra os agentes, assinada
por seis promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), foi apresentada no último dia
18 de agosto e aceita em 17 de setembro último pela Vara de Delitos e
Organizações Criminosas.
Os promotores chegaram a pedir pela prisão preventiva de todos os acusados,
mas a Justiça não deferiu o pedido e decidiu pelo tornozelamento. O Gaeco
entrou com recurso junto ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) para que a
decisão seja revista e os denunciados efetivamente detidos.
ATUAÇÃO CRIMINOSA - De acordo com a denúncia distribuída em 298 páginas, a liderança da organização ficava a cargo da delegada Patrícia Bezerra e do inspetor-chefe Petrônio Jerônimo dos Santos, o 'Pepeu', ambos da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). A dupla já foi condenada pela Justiça Federal no ano passado em decorrência da Operação Vereda Sombria, que apurou crimes como corrupção, tortura e associação criminosa.
QUEM SÃO OS RÉUS
Anderson
Rodrigues da Costa, inspetor
André de
Almeida Lubanco, escrivão
Anna Cláudia
Nery da Silva, delegada
Antônio Chaves
Pinto Júnior, inspetor
Antônio
Henrique Gomes de Araújo, inspetor
Antônio Márcio
do Nascimento Maciel, inspetor
Cristiano
Soares Duarte, inspetor
Edenias Silva
da Costa Filho, inspetor
Eliezer
Moreira Batista, inspetor
Fábio Oliveira
Benevides, inspetor
Fabrício
Dantas Alexandre, inspetor
Francisco
Antônio Duarte, recolhido no Centro de Triagem e Observação Criminológica
(CTOC) *(não é policial)
Francisco Alex
de Souza Teles, inspetor
Gleidson da
Costa Ferreira, inspetor
Harpley
Ribeiro Maciel, inspetor
Ivan Ferreira
da Silva Júnior, inspetor
João Filipe de
Araújo Sampaio Leite, delegado do Piauí, ex-inspetor da PCCE.
José Abdon
Gonçalves Filho, recolhido no Centro de Triagem e Observação Criminológica
(CTOC) *(não é policial)
José Airton
Teles Filho, inspetor
José Amilton
Pereira Monteiro, inspetor
José Audízio
Soares Júnior, inspetor
José Ricardo
do Nascimento, recolhido no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco
Damasceno Weyne (Cepis) *(não é policial)
Karlos Ribeiro
Filho, inspetor
Madson Natan
Santos da Silva, inspetor
Marcos Vinícos
Alexandre Gonçalves *não é policial
Patrícia
Bezerra de Souza Dias Branco, delegada
Petrônio
Jerônimo dos Santos, inspetor
Rafael de
Oliveira Domingues, inspetor
Raimundo
Nonato Nogueira Júnior, inspetor
Thiago Morais
da Silva *(não é policial)
Walkley
Augusto Cosmo dos Reis, inspetor
Weverton Moreira de Brito *(não é policial)
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