segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Polícia investiga maus-tratos a animais em cerimônia religiosa em Caucaia

Homem aparece em vídeo rodopiando galinhas e falando insultos contra os animais que estão pendurados pelos pés

Homem aparece rodopiando uma galinha pendurada pelos pés e falando insultos contra os animais

A Polícia Civil do Ceará investiga a origem de um vídeo contendo cenas de maus-tratos contra animais no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Segundo uma testemunha, as imagens foram compartilhadas na última quinta-feira (16), na rede social do suspeito de ser o autor dos maus-tratos.
No vídeo, três galinhas aparecem penduradas pelos pés em um local onde são realizadas as celebrações de uma religião de matriz africana. Em determinado momento, um homem faz com que um dos animais rodopie no ar. "O pião vai começar a rodar agora. Roda, para ver quem vai ser o primeiro da sorte", diz ele durante o ato.
A galinha começa a se debater e o homem fala insultos contra o animal. "Nem comecei a rodar e já está se batendo por que vagabunda".
A prática de sacralização de animais é comum em algumas religiões de ascendência africana, porém, conforme acordado entre os praticantes, o animal precisa ser morto de forma rápida e que não provoque dor.
Segundo a polícia, as imagens já estão na posse dos profissionais de segurança e são usadas na investigação.

Prática é constitucional - O sacrifício de animais em cultos praticados por religiões de matriz africana é constitucional, portanto, permitida, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de março de 2019.
O caso chegou ao Supremo em um recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra uma decisão do Tribunal de Justiça gaúcho que autorizou a prática em relação a religiões de matriz africana, desde que sem excessos e crueldade.

Denúncias - A Polícia Civil orienta que, ao tomar conhecimento de qualquer caso de crime ambiental, a população repasse a informação para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. O sigilo e o anonimato são garantidos pela polícia.

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