Ana Paula Barroso é diretora adjunta do Departamento de
Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Ceará
A Polícia Civil do
Ceará (PC-CE) concluiu as investigações relacionadas ao inquérito policial que
apurava um caso de racismo, ocorrido no último dia 14 de setembro, em uma
unidade da loja Zara, localizada em um shopping de Fortaleza. A vítima foi a delegada Ana Paula Barroso. O
suspeito de ter cometido o crime é o gerente da unidade, Bruno Filipe Simões
Antônio, de 32 anos. Ele foi indiciado pelo crime de racismo.
As investigações do caso foram comandadas por um coletivo de delegadas da
Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza. A Perícia Forense do Estado
do Ceará (Pefoce) e o Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PC-CE
analisaram imagens do circuito interno da loja e concluíram que há evidências
da atitude discriminatória do suspeito.
O suspeito afirmou, em sua defesa, que expulsou Ana Paula Barroso do
estabelecimento por estar com a máscara baixa. Porém, nas imagens é possível
ver que minutos antes da expulsão da vítima o mesmo funcionário atendeu uma
cliente que, mesmo não consumindo nenhum alimento, não fazia o uso correto da
máscara. A cena foi observada em outras situações onde outros clientes também
não foram retirados da loja ou abordados para que utilizassem a máscara de
forma correta.
Outras fontes - Além das imagens captadas, a Polícia Civil tomou depoimentos de oito testemunhas, além da vítima e do suspeito. Entre as pessoas ouvidas, está uma mulher negra, de 27 anos, que relatou, em redes sociais, ter passado por situação semelhante, no final do mês de junho deste ano, na mesma loja. Ainda foram ouvidas duas ex-funcionárias do estabelecimento que relataram episódios de assédio moral e procedimentos discriminatórios na forma de atendimento a possíveis clientes. Também foram ouvidos três seguranças do shopping onde a loja funciona, bem como o chefe de segurança do local, que voltou à loja com a vítima minutos após a expulsão.
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