Análise considera dados de 2020, mas indica alta
subnotificação na raça dessas pessoas mortas
A chance de uma pessoa
negra ser morta em intervenções policiais no Ceará é sete vezes maior do que a
de uma pessoa branca, segundo um estudo realizado pela Rede de Observatórios da
Segurança. Ao todo, das 39 pessoas que tiveram raça indicada nos relatórios, 34
eram negras e 5, brancas.
O relatório "Pele-alvo: a cor da
violência policial" analisou dados de mortes por intervenção policial
em sete estados, incluindo o Ceará. Para os pesquisadores que montaram o
estudo, o boletim "revela o impacto do racismo policial".
Na análise feita pelos pesquisadores, 145 pessoas foram mortas por agentes da
segurança em 2020, frente a 136, em 2019, o que representa um aumento
percentual de 6,6%. Contudo, nos dados do ano passado, das 145 pessoas mortas,
106 não tinham indicação racial.
Para os analistas, isso representa uma "omissão, que demonstra outra face
do racismo".
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse, em nota, que
"está em fase de conclusão um estudo que tem o objetivo de aperfeiçoar os
critérios para a coleta de dados de raça". Segundo a pasta, atualmente,
isso é feito com o auxílio de familiares das vítimas.
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