sábado, 1 de janeiro de 2022

4 dos 5 maiores açudes que abastecem o Ceará perdem água há uma década e estão em situação crítica

 O Orós, segundo maior do Ceará, construído na cidade de mesmo nome, também enfrentou quase dez anos de queda no volume

Dos cinco maiores reservatórios cearenses, estratégicos para o abastecimento de mais da metade dos cearenses, quatro estão há quase dez anos sem recarga hídrica. Inaugurado em 2002, o Castanhão, maior açude do Estado, completa neste ano de 2022 uma década consecutiva de redução no seu volume hídrico.
Erguido com a missão de garantir segurança de abastecimento para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), cuja população beneficiada ultrapassa a marca dos 4 milhões de habitantes, o faraônico reservatório está hoje com apenas 8,33% de sua capacidade.
Desde que foi construído, o açude cuja capacidade total é de 6,7 bilhões de m³, nunca esteve totalmente cheio. O melhor índice foi em maio de 2009 (95,57%) e, o pior, no ano passado, em fevereiro (2,45%).
Outros gigantes estão em igual situação. O Orós, segundo maior do Ceará, construído na cidade de mesmo nome, também enfrentou quase dez anos de queda no volume (9 anos), tendo por exceção os anos de 2020 e 2021, quando houve substancial aporte, passando de 4,74% (em março de 2020) para 28% em junho deste ano. Hoje, o açude voltou a declinar em seu volume e tem apenas 22%.
O Banabuiú, reservatório que ocupa o posto de terceiro maior do Estado, apresenta o pior cenário dentre os três e também está próximo de uma década de redução. Desde 2011 seu volume registra queda abrupta, passando de quase cheio (91%) em junho de 2011 para quase seco em março de 2018 (0,61%). Hoje o acumulado é de somente 8,21%.
O Figueiredo, açude da cidade de Alto Santo e quinto maior do Estado, completa a lista. O maior volume registrado nos últimos nove anos foi de apenas 9,20% (23 de maio). Entre 2014 e 2018 ele esteve com volume de armazenamento abaixo de 1%.

CENÁRIO OPOSTO - O quarto maior açude do Ceará, o Araras, está em situação oposta aos três gigantes das águas. Em 2011 ele atingiu sua capacidade máxima tendo sangrado (100%) no mês de maio. Desde então, começou a perder volume, até atingir 5,47% em março de 2017.
Nos anos seguintes, nova recarga. Em 2020 voltou a sangrar (2 de junho) e hoje está com 63% de seu volume, o melhor índice dentre os cinco maiores reservatórios cearenses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário