Caso ocorreu em fevereiro de 2019 - Agressões foram
registradas em vídeo - Uma das vítimas alegou ter recebido ameaças para que não
denunciasse o caso
Os três soldados
acusados de torturar uma mulher e dois homens em fevereiro de 2019 em Fortaleza
viraram réus após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público do Estado
do Ceará (MPCE). Os militares denunciados são os soldados Israel Aziz Marques Branco, Francisco Sarmento Rocha Júnior e Thiago de
Araújo Ferreira.
Os policiais acusados foram ouvidos pelo Núcleo de Investigação Criminal
(NUINC) e o único PM que a confessar a prática das agressões físicas relatou
que durante a abordagem das vítimas estavam presentes mais outros dois
companheiros de farda. Ele afirmou que pegou fios de nylon que estavam próximos
ao local e desferiu golpes somente contra a mulher.
Na confissão o agente disse que perdeu o controle após a mulher chamar os
policiais militares de “vagabundos, corruptos”, mas que não fez o procedimento
pelo desacato porque a abordagem foi realizada por outra equipe.
A agressão ocorreu em 2 fevereiro de 2019, na Rua do Canal, Bairro Lagamar. Em
filmagens é possível visualizar policiais agredindo a mulher ajoelhada com
chutes, socos e, também, um aparente chicote. Conforme consta na Portaria
Inaugural do processo, os policiais militares fotografaram e ameaçaram o casal
de morte.
Conforme testemunhas, uma festa de pré-carnaval era realizada no local, quando
a PM chegou. Dois militares aparecem nas imagens, e um deles agride a jovem com
um chicote, segundo uma das garotas agredidas.
A vítima afirmou que foi forçada a ficar de joelho ao lado do marido enquanto
sofria golpes de chicote. Ela disse ainda que apanhou por cerca de meia hora e
foi xingada de "vagabunda".
VEJA O VÍDEO DA COVARDIA
Afastamento - Um mês após o caso, em
março de 2019, seis policiais militares suspeitos de agredir os moradores
tiveram o pedido de afastamento prorrogado por mais 120 dias.
Segundo o Diário Oficial do Estado, a Controladoria Geral de Disciplina dos
Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) aceitou em 9 de março
daquele ano a sugestão da Comissão Militar Permanente de Conselho de Disciplina
de permanência do afastamento preventivo.
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