O prefeito Thiago Paes de Andrade e secretários municipais
foram afastados
O Ministério Público do
Estado do Ceará (MPCE), por meio da Procuradoria dos Crimes Contra a
Administração Pública (Procap), deflagrou, nesta quarta-feira (9), a operação
“Tártaro”, que investiga indícios de práticas de peculato, de crimes contra a
Administração Pública, de falsidade ideológica e de lavagem de capitais no
município de Catarina. Entre os investigados estão o prefeito de Catarina,
Thiago Paes de Andrade (MDB), os secretários municipais Raimundo Antônio
Andrade e Francisco Marlos Nogueira Mendonça, além do ex-prefeito de Catarina,
Jefferson Paes de Andrade. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão
pessoal e domiciliar, de quebra de sigilo bancário e fiscal, além de suspensão
do exercício de função pública. As ações acontecem nas cidades de Catarina,
Fortaleza, Eusébio, Massapê e Lavras da Mangabeira.
Os mandados foram cumpridos em face do prefeito de Catarina, Thiago Paes de
Andrade, dos secretários municipais Raimundo Antônio Andrade e Francisco Marlos
Nogueira Mendonça, do ex-prefeito de Catarina Jefferson Paes de Andrade
Rodrigues, e de pessoas jurídicas que mantinham contratos de fornecimento de
bens e serviços com o município de Catarina. As medidas foram deferidas pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), que decretou o afastamento por
180 dias do prefeito e dos secretários municipais. E os mandados de busca e
apreensão foram cumpridos nas residências de pessoas físicas e nas sedes de
empresas. Devido ao afastamento do
prefeito Thiago Paes de Andrade, a vice-prefeita da cidade, Naiara Gomes (MDB),
toma posse nesta quinta-feira (10), às 16 horas, na Câmara Municipal.
O MPCE investiga suspeita de que Thiago Paes de Andrade Rodrigues e o
ex-prefeito Jefferson Paes de Andrade Rodrigues comandavam esquema criminoso,
em que direcionavam para as mesmas empresas todas as grandes licitações
relacionadas a obras de construção ou à manutenção de açudes. Há suspeita de
uso de máquinas pertencentes ao ex-prefeito Jefferson Paes de Andrade Rodrigues
para locação ao município por meio de empresas interpostas, sendo tais
equipamentos utilizados em obras contratadas com as diversas empresas do
esquema criminoso, o que geraria um lucro indevido às pessoas jurídicas.
As investigações apontam que entre 2009 e 2021, as empresas investigadas receberam
mais de R$ 25 milhões dos cofres públicos do município de Catarina. O
Ministério Público também constatou a utilização de mão de obra da Prefeitura
de Catarina para a realização de obras pelas empresas contratadas. Somente com
a construção, reforma e manutenção de mais de 30 açudes em Catarina foram
gastos mais de R$ 2 milhões em 2019. Verificou-se, ainda, a construção de
pequenos açudes para proprietários privados, além de indícios de crimes contra
a Administração Pública e de fraudes licitatórias em procedimentos referentes a
tais açudes, especialmente a subcontratação. Ou seja, a empresa vencedora não
seria exatamente aquela que executaria a obra, valendo-se dos serviços de uma
das outras participantes do esquema, que por sua vez, utilizaria maquinário
locado para a Prefeitura, sem pagar por tal uso, e pessoal pago pelo município.
FONTE – cn7.com.br
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