A rebelião se iniciou no Pavilhão 2, possivelmente devido a um confronto entre facções ou uma disputa de poder entre líderes de uma mesma facção
Uma rebelião iniciada
pelos detentos da Penitenciária Lemos Brito, no Complexo Penitenciário da Mata
Escura, no final da tarde deste domingo (20), deixou um saldo de quatro presos
mortos, segundo informações do Sindicato dos Servidores da Polícia Penal do
Estado da Bahia.
Ainda de acordo com o
Sinsppeb, a rebelião se iniciou no Pavilhão 2, possivelmente devido a um
confronto entre facções ou uma disputa de poder entre líderes de uma mesma
facção. O sindicato também afirma que a Secretaria de Administração
Penitenciária e Ressocialização (Seap) já teria sido informada diversas vezes
da possibilidade de uma tragédia ocorrer no presídio. “Isso já era esperado. A Seap
tinha consciência de que isso iria acontecer. Nós denunciamos diversas vezes
que a fragilidade na segurança da penitenciária causaria uma tragédia”.
Após tomarem conhecimento da confusão, familiares de presos que cumprem pena na
Lemos Brito se reuniram em frente ao portão principal do complexo em busca de
notícias sobre seus parentes. As famílias fizeram um protesto na porta da
penitenciária por volta das 18h deste domingo (20).
Disparos de armas de fogo foram ouvidos dentro do presídio. Guias de perícia e
remoção já foram expedidas, mas as identidades dos quatro detentos mortos não
tinham sido confirmadas até o momento.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, mais de 10 facas foram apreendidas
entre os presos. "A cadeia virou, o bagulho tá doido” diz um detento, não
identificado, em um dos vídeos. “Se matar nós, ‘nós’ vai guerrear”, diz outro
rapaz.
O policiamento foi reforçado no perímetro da penitenciária e diversas viaturas
cercavam o local na noite de ontem, o Sinsppeb acrescentou que após a rebelião,
houve uma tentativa de fuga em massa da prisão.
“Durante o confronto entre os detentos, ocorrido no pavilhão 2, outros presos
tentaram sair pelo portão principal e foram impedidos pela guarda do presídio”.
O órgão acrescenta ainda que, assim que o secretário de Administração
Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, tomou conhecimento do fato,
acionou o Comando Geral da Policia Milita para o envio de reforços do Batalhão
de Operações Especiais (BOPE), das Operações Gêmeos e Apolo, e do Batalhão de
Choque e do Graer.
As mortes são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP)”.
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