O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou o policial
militar - Na quarta-feira a CGD instaurou sindicância administrativa
Um cabo da Polícia
Militar do Ceará (PMCE) acusado de agredir a ex-esposa agora é alvo de
investigação também na seara administrativa. Nessa quarta-feira (2), a
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário (CGD) divulgou ter instaurado sindicância administrativa para
apurar a conduta do agente.
Conforme publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), a CGD considerou os
vários registros de procedimentos na Delegacia da Mulher em desfavor do
militar, também suspeito de ameaça e cárcere privado. O PM foi denunciado em
2020 pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e atualmente está na condição de
réu devido a um episódio protagonizado por ele contra a ex-esposa, na frente da
filha do casal, em Maracanaú.
A mulher denunciou às autoridades que esteve com o cabo durante pouco mais de
três meses, tiveram uma filha, e quando estavam separados ele foi até a casa
delas a ameaçar. Ele teria chegado à residência exigindo que a ex desbloqueasse
o celular. Com a recusa, o PM passou a ameaçá-la com uma pistola na cabeça
dizendo: "se não desbloquear eu vou te matar".
Consta em documentos que o militar teria apertado o pescoço e os braços da
vítima. A mulher disse ter conseguido sair de casa com a criança e se abrigado
durante a madrugada na casa da mãe.
SAIU E VOLTOU FURIOSO - O policial foi embora
mas, conforme a vítima, logo "retornou furioso". Ele teria pego o
chip do aparelho celular e instalou o aplicativo WhatsApp se utilizando do
número dela. Fez chamadas de vídeo e leu mensagens da ex-esposa com outras
pessoas.
Então ele voltou onde a família morava, quebrou o guarda-roupa, jogou as
maquiagens dela fora e ainda efetuou disparos de arma de fogo em direção ao
portão enquanto a mulher estava com a filha nos braços.
De acordo com o
documento publicado pela Controladoria, após sofrer novas ameaças, a vítima
procurou a Delegacia Metropolitana de Maracanú e registrou um novo boletim de
ocorrência. Ele teria visto a ex chegar ao equipamento e saiu do local.
"Ao retornar a sua residência, a noticiante percebeu o veículo do seu
ex-companheiro parado no posto, que ao passar pelo local citado no veículo de
sua família, o militar os seguiram e emparelhou o carro dele com o do pai da
noticiante, baixou o vidro do carro e apontou a pistola em direção ao seu pai,
fazendo menção que ia atirar. A declarante ficou com medo e se dirigiu a um
posto da PRE, que tem nas proximidades de onde estava, que ao parar no posto de
fiscalização ligou para a Ciops e pediu apoio policial até sua residência.
Todavia, a noticiante declara que o seu ex-companheiro chegou em casa, por
volta das 08h30min, e com pouco tempo saiu da residência deixando a declarante
trancada dentro de casa, a qual para sair teve que gritar, pedindo ajuda aos
vizinhos e aos seus pais, que arrombaram o portão"
Já na versão do policial, os hematomas no pescoço e nos braços da vítima foram
decorrentes de um ato sexual entre o casal protagonizado naquela madrugada. Ele
nega as agressões e diz que a denúncia se tratou de uma vingança da família da
ex-esposa.
A vítima chegou a solicitar medida protetiva, mas desistiu. No entanto, ela não
tirou a queixa pelas agressões. A ação penal segue em andamento no Judiciário
cearense. O nome do policial militar não foi citado na matéria para preservar a
identidade da vítima.
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