Durante este ano, o reservatório teve aporte próximo à soma das capacidades de todos os 34 açudes que estão sangrando no Ceará - Menos de 10% do volume recebido é contribuição das águas do São Francisco - Maior parte vem das chuvas
O açude Castanhão,
maior reservatório de água do Ceará, atingiu o seu melhor volume em quase
sete anos nesta quarta-feira, 27 de março. Em meio a uma boa quadra
chuvosa, o açude chega a 20,42% da sua capacidade total. A última vez em que
esteve em torno de 20% foi em junho de 2015, quando já passava por
uma queda contínua na quantidade de água armazenada.
Conforme dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), desde o
início da quadra chuvosa, o volume do açude Castanhão mais que dobrou: foi de
8,45% em 1º de fevereiro para os atuais 20,42%. A pasta aponta ainda que, em
2022, o reservatório recebeu cerca de 822 milhões de m³ de água.
Segundo a Cogerh, "a reserva que o açude absorveu vem maior parte das
chuvas". Apenas 70 milhões de m³ de água são provenientes do projeto
de integração do rio São Francisco.
O Castanhão está na região hidrográfica do Médio Jaguaribe, onde as chuvas
de março ficaram em torno do esperado, com 5,8% a mais que o normal para o
mês, após um fevereiro de precipitações abaixo da média histórica.
Em abril, até o momento, as precipitações ainda estão abaixo da média para o
período na região. Enquanto o esperado são 188,6 milímetros (mm), foi observada
a média de 131,4 mm – um desvio negativo de 30,3% segundo a Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Açudes no Ceará - De acordo com a Cogerh,
34 dos 155 açudes monitorados no Ceará estão sangrando. Outros nove
estão entre 90% e 100% de sua capacidade.
Na outra ponta, alguns reservatórios passam por escassez. No Estado,
56 açudes estão com volume abaixo de 30% de sua capacidade. Desses, 15
encontram-se com o volume morto, termo utilizado para definir os açudes que têm
água, mas não em nível suficiente para que haja retirada para abastecimento.
Outros seis estão secos.
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